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Suíça não questiona empresas “piramidais” que trazem divisas de turismo

Turistas chineses na Suíça
Os vendedores chineses ganharam sua viagem depois de superar as metas de vendas. Dahai Shao, Swissinfo.ch

Cerca de 12.000 turistas chineses estão desfrutando das vistas da Suíça este mês, mas a empresa que os enviou na viagem de incentivo em massa tem sido atacada por seus métodos de negócios. Isto levanta a questão: deve a Suíça se beneficiar deste exercício de relações públicas?

Autoridades de turismo transmitem de maneira positiva notícias sobre a maior viagem de incentivo jamais vista no país. Isso, por sua vez, promoveu a Jeunesse como uma generosa “empregadora”, e uma empresa altamente gratificante onde trabalhar. A agência de turismo da Suíça diz que não recebeu qualquer pagamento da Jeunesse.

“Como uma organização nacional de marketing para o destino de férias e reuniões na Suíça, não julgamos modelos de negócios de empresas que vêm ao país para viagens de negócios”, disse a agência em um comunicado enviado por e-mail à swissinfo.ch.

“A Switzerland Tourism é responsável apenas pelo marketing turístico e não faz negócios com empresas que realizam suas viagens de incentivo na Suíça. A rotatividade turística para todas as viagens de lazer ou reuniões/incentivos é gerada pelos provedores de turismo.”

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Grupo de turistas chineses

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Megagrupo de turistas chineses invade a Suíça e quebra recordes

Este conteúdo foi publicado em As autoridades de turismo suíço estão fazendo todos os esforços para a facilitar viagem, que foi patrocinada pela Jeunesse GlobalLink externo, uma empresa americana de vendas de produtos de saúde e de beleza. Os turistas, que ultrapassaram as metas de vendas da empresa para seus produtos na China, foram premiados com um passeio por pontos turísticos…

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Mas então, qual é o problema?

A JeunesseLink externo, com sede na Flórida e que no ano passado gerou um faturamento recorde de US$ 1,46 bilhão (CHF 1,47 bilhão), opera o chamado modelo Multi-Level Marketing (MLM). Seus “vendedores diretos” são autônomos, comprando produtos de saúde e beleza a preços de atacado para vender ao público com lucro. Eles são encorajados a treinar novos vendedores para criar uma rede de vendas e obter uma fatia dos lucros gerados pelas pessoas mais abaixo na cadeia.

O MLM é um modelo de negócio legal na Suíça, desde que opere de acordo com as regras (ver quadro). A Jeunesse diz que opera em 150 mercados em todo o mundo, mas nem sempre sem problemas, ao que parece.

A Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos (Seco)Link externo diz que recebeu três queixas relacionadas à Jeunesse desde 2017. A Seco não forneceu detalhes das queixas e disse que os tribunais são a única autoridade para resolver tais disputas.

Pelo menos quatro processos judiciais foram apresentados nos Estados Unidos, embora nenhum tenha resultado em uma decisão judicial adversa contra a Jeunesse. As autoridades chinesas reprimiram os esquemas MLM na sequência de protestos em 2017 contra uma empresa local. No ano anterior, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua identificou a Jeunesse como sendo um sistema MLM, mas nenhuma ação parece ter sido tomada contra a empresa.

Quando perguntadas pela swissinfo.ch se as manchetes negativas em torno da Jeunesse poderiam apresentar um problema de reputação para a Suíça, as autoridades de turismo deram uma resposta de uma só palavra: “Não”.


Os esquemas MLM são regulados Suíça. Eles são permitidos desde que o produto que está sendo vendido seja a fonte central de receitas. Os vendedores são autorizados a receber uma fatia dos lucros das pessoas mais abaixo na cadeia, desde que esta não seja sua fonte dominante de renda proveniente do negócio.

Isso evita que o negócio se torne um esquema de pirâmide ilegal que só pode se manter fluindo enquanto novos vendedores forem encontrados. Uma pirâmide simplesmente cairia quando a oferta de novos vendedores secasse, derrubando todos com ela.

Outro sinal de aviso é se os vendedores não têm o direito de devolver produtos não vendidos para a empresa subjacente que os fornece.

“A Seco geralmente aconselha as pessoas a serem muito cautelosas com tais modelos de negócios e a não participarem se houver dúvidas sobre a legalidade do modelo de negócios ou se tiverem um mau pressentimento. Os próprios participantes do sistema podem ser responsabilizados sob a lei civil ou criminal em certas circunstâncias”, afirmou a Seco.

swissinfo.ch/ets

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