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Aprovado pacote de 700 milhões para economia

Os ministros das Finanças, Hans-Rudolf Merz, e da Economia, Doris Leuthard, apresentam as medidas. Keystone

A Câmara dos Deputados da Suíça aprovou um programa de investimentos de 700 milhões de francos (605,6 milhões de dólares) como medida de apoio à economia.

Também foi aprovada uma moção parlamentar que propõe mais controle do Estado sobre o maior banco do país – o UBS – e uma redução dos vencimentos dos executivos da instituição.

A moção sobre o UBS, dirigida ao governo, foi aprovada por 104 a 81 votos por deputados de esquerda e da União Democrática de Centro (UDC, conservadora). A moção ainda precisa ser votada no Senado.

Ela pede que os altos executivos do UBS não recebam mais salários superiores aos seus pares na Companhia Ferroviária Federal (CFF), dos Correios ou do Banco Nacional (Central) Suíço.

Além disso, o documento propõe que o governo federal tenha um representante no conselho administrativo do UBS enquanto tiver participação financeira no banco através do empréstimo de 6 bilhões de francos convertível em ações.

A moção pede ainda ao Conselho Federal (Executivo suíço) uma divisão das atividades bancárias em nacionais e internacionais, bem como uma averiguação dos tipos negócios – banco de investimento e administração de fortunas.

“Com isso, somente prejudicamos o banco”, disse o ministro das Finanças e atual presidente suíço, Hans-Rudolf Merz. Segundo ele, a estrutura salarial da empresas federais não podem ser simplesmente aplicada aos bancos. Com um mandato no conselho administrativo do UBS, o governo federal entraria num conflito de interesses, argumentou Merz.

Esquerda pede terceiro programa

Antes disso, a Câmara de Deputados debateu durante horas o segundo programa conjuntural de investimentos, no valor de 700 milhões de francos. O primeiro pacote de ajuda à economia aprovado no final de 2008 foi de 900 milhões.

O presidente do Partido Socialista (PS, na sigla em francês), Christian Levrat, classificou o programa de “placebo”. Ele disse que o Conselho Federal “perde a chance de vincular as medidas conjunturais com uma política industrial e energética razoável”.

O PS (cuja designação em alemão é Partido Social-Democrata) e os verdes também manifestaram a opinião de que é necessário um terceiro programa conjuntural, para o qual teria de ser desbloqueado o freio do endividamento federal.

A UDC foi o único partido contra o programa. Segundo o deputado federal Bruno Zuppiger, com ele será fomentada ainda mais a economia estatal e reduzido o estado social.

Já os democrata-cristãos elogiaram o Conselho Federal. “Central para nós é também que podem ser implementadas imediatamente, de modo que o efeito para a conjuntura seja rápido, isto é, seja perceptível já no segundo semestre de 2009”, justificou Brigitte Häberli-Koller (PDC) o apoio de seu partido.

Segundo Häberli-Koller, os 700 milhões irão desencadear investimentos de aproximadamente 5 bilhões de francos. “O Conselho Federal e a administração pública mostraram seu melhor lado”, disse a deputada.

Os liberais apoiaram o segundo pacote, mas são contra um terceiro programa de investimentos. “Dívidas não são vantagem competitiva e sim um peso”, disse a deputada Marianne Kleiner, do Partido Liberal. “Não é arte alguma fazer um pacote melhor, mas isso provoca dívidas”, resumiu Hansjörg Hassler a posição do novo PDB (Parti bourgeois démocratique Suisse).

“Estamos num vale”

Acusações de que o pacote conjuntural em pequeno demais são descabidas, disse a ministra da Economia, Doris Leuthard. Segundo ela, não se pode simplesmente desbloquear o freio do endividamento.

O presidente Hans-Rudolf Merz disse que o Estado tem a obrigação de intervir em situações de emergência. Além disso, o governo federal reduziu as dívidas nos últimos anos. Isso agora dá um certo espaço para ação, explicou.

“Estamos num vale, mas a subida vem de novo”, disse Merz e advertiu: “Não devemos perder de vista o orçamento estatal saudável.” Ao final dos debates, os deputados derrubaram por 136 votos a 42 o requerimento da UDC pela rejeição do pacote e, com isso, disseram sim ao programa conjuntural de 700 milhões de francos.

Apoio ao setor de exportação

As despesas adicionais no âmbito dos 700 milhões serão injetadas em projetos de infraestrutura (estradas e ferrovias), na política regional, no saneamento de edifícios, em pesquisa e turismo.

Para apoiar o setor exportador, o seguro suíço sobre riscos de exportação será adaptado por tempo determinado no sentido de reduzir os custos de financiamento do exportador. A Câmara aprovou essa adaptação por 163 votos a 9. O Senado vai avaliar na quarta-feira (11/3) as propostas aprovadas pela Câmara.

swissinfo, Andreas Keiser

Foi aprovado no final de 2008 pelo governo e Parlamento.

Liberação das reservas de crise: 550 milhões

Desbloqueio de créditos: 205 milhões

Mais proteção contra cheias: 66 milhões

Investimento em habitação: 45 milhões

Construções civis: 20 milhões

Fomento à exportação: 5 milhões

Total: 900 milhões de francos suíços

Foi aprovado em fevereiro de 2009 pelo governo e é discutido agora no Parlamento.

Melhoria da infraestrutura (ferrovias, estradas): 530 milhões

Energia e meio ambiente: 80 milhões

Pesquisa aplicada: 50 milhões

Turismo e outros setores: 40 milhões

Total: 700 milhões de francos suíços

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