Berna é contra nova fábrica suíça de munições no Brasil
A empresa de armamentos estatal suíça RUAG deve abandonar os planos para a construção de uma fábrica no Brasil. Por ver nisso um risco para a reputação da Suíça, o Conselho Federal pediu que a empresa recuasse.
O governo falou na qualidade de acionista único do grupo. A construção de uma fábrica de munição no Brasil representaria um risco para a reputação da RUAG e da Suíça.
A posição do Conselho Federal foi anunciada hoje em resposta a uma moção da deputada socialista Priska Seiler e a um inquérito do também deputado socialista Angelo Barrile, informando que o Executivo federal já havia comunicado sua posição ao conselho de administração da RUAG Holding.
Em abril, dezesseis organizações pediram ao governo para reverter o negócio de armas. O gatilho da mobilização foi o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, ocorrido no dia 14 de março no Rio. Ela chefiava uma comissão de inquérito sobre o envolvimento de políticos e policiais em assassinatos de civis.
Segundo o Conselho Federal, a RUAG considera sua subsidiária Ammotec, que quer construir a fábrica, a possibilidade de se expandir para um grande mercado internacional. Isso estaria de acordo com o desejo do governo brasileiro de romper o monopólio interno que domina o mercado de munições no país.
A empresa de armas também garantiu ao Conselho Federal que aplica uma política de tolerância zero à corrupção. Para projetos desenvolvidos em países onde os riscos de conformidade são altos, também são necessários consultores locais especializados e independentes.
O governo espera que a RUAG aplique as leis de material de guerra suíças em suas subsidiárias no exterior. Em seu relatório anual, o conselho de administração do grupo de Berna afirma atender a essa expectativa.
swissinfo.ch/ets
Os mais lidos Suíços do estrangeiro
Mostrar mais
Idosa suíça escapa de prisão na Colômbia após ser presa com quilos de cocaína
Como seu país lida com a devolução de artefatos antigos roubados?
Países ocidentais, como a Suíça, muitas vezes têm de lidar com o processo de recuperação ou devolução de artefatos saqueados que foram importados ilegalmente. Como é a situação em seu país?
Você já viveu uma inundação? Testemunha um aumento significativo de enchentes no país em que vive? Que medidas são tomadas pelo governo para evitar tragédias? Foram medidas eficazes?
Suíços não se preocupam em perder empregos para a IA
Este conteúdo foi publicado em
A inteligência artificial (IA) está influenciando a vida profissional cotidiana. Na Suíça, muitas pessoas já têm experiência com IA, inclusive em seus empregos.
Suíça fica para trás na atratividade para expatriados
Este conteúdo foi publicado em
Apesar da alta qualidade de vida, muitos trabalhadores qualificados estrangeiros têm dificuldade em fazer amigos na Suíça.
Ex-ministro Berset eleito secretário-geral do Conselho da Europa
Este conteúdo foi publicado em
O ex-ministro Alain Berset foi eleito na terça-feira (25.06) para um mandato de cinco anos como secretário-geral do Conselho da Europa.
Este conteúdo foi publicado em
Outras marcas suíças, incluindo Rolex, Zurich Insurance e UBS, foram mostradas pelo relatório de marca como tendo crescido em valor.
Taxa de natalidade na Suíça atinge nível mais baixo da história
Este conteúdo foi publicado em
O número de crianças por mulher na Suíça atingiu o nível mais baixo de todos os tempos em 2023, com 1,33, abaixo até mesmo do nível de 1,39 de 2022.
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.
Consulte Mais informação
Mostrar mais
Fundo de pensão estatal deixa de investir em empresas de armamento
Este conteúdo foi publicado em
De acordo com o noticiado na rádio pública suíça SRF, a Publica, maior fundo de pensões na Suíça, vai retirar cinco fabricantes de armas de sua carteira de investimentos e vender sua participação neles. Atualmente, a Publica tem 63 mil contribuintes e 43 mil beneficiários, principalmente funcionários públicos e funcionários das duas politécnicas federais. A…
Este conteúdo foi publicado em
A comunidade internacional se reúne para participar da conferência da ONU para o Tratado de Comercialização de Armas, cujo principal objetivo é definir um quadro jurídico vinculativo. A conferência e o potencial tratado são o resultado de um processo iniciado em 1997, quando uma campanha de conscientização e apoio da sociedade civil exigiu que a…
Este conteúdo foi publicado em
Privatizada em 1998, a empresa suíça especializada em armamentos foi transformada durante a última década em um grupo de tecnologia verdadeiramente internacional. Ela emprega quase 8.000 pessoas em 9 países e gera mais de 55% do seu faturamento (1,75 bilhões de francos em 2015) em atividades civis. Desde 2008, a RUAG aumentou consideravelmente sua força…
Este conteúdo foi publicado em
A última investida assombrosa do gênero foi revelada recentemente pela empresa de segurança telemática norte-americana Mandiant. Durante anos, pelo menos 140 administrações públicas e empresas privadas dos Estados Unidos e Europa – entre as quais transnacionais, indústrias de armamentos, agências especializadas, operadoras energéticas e de mídia – foram alvo de ataques cibernéticos procedentes da China.…
Este conteúdo foi publicado em
O balanço de 2015 não surpreendeu as empresas suíças do setor de armamento: por um lado, as exportações diminuíram em 21% em relação a 2014, mas, por outro, o volume de novas licenças aumentou 35%, alcançando 769 milhões de francos. A diferença entre os dois valores é explicada pelo fato de que alguns produtos são…
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.