Perspectivas suíças em 10 idiomas

Brasil protesta na OMC

Segundo o ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi (à direita), as exportações de carne brasileira "devem cair cerca de 10%" por causa do escândalo, representando uma perda de 1,5 bilhão de dólares. Keystone

O Brasil pediu na quarta-feira que aos países da Organização Mundial do Comércio (OMC) não aplicassem "restrições arbitrárias" à importação, em um momento em que o país está perdendo alguns dos seus principais mercados.

Vinte países fecharam parcialmente ou totalmente suas portas para a carne brasileira, um duro golpe para um setor que gerou mais de 13 bilhões de dólares para a economia do gigante sul-americano em 2016.

Maior exportador de carne bovina e de frango, o Brasil, fornecedor de mais de 150 países, “espera que os países membros da OMC não recorrerão a medidas que constituam restrições arbitrárias e seriam contrárias às regras da OMC”. O apelo foi feito em Genebra em uma reunião do Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC, organização que conta 164 membros e é liderada pelo brasileiro Roberto Azevêdo.

Segundo o ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, as exportações de carne brasileira “devem cair cerca de 10%” por causa do escândalo, representando uma perda de 1,5 bilhão de dólares.

O governo brasileiro se defende dizendo que apenas 184 lotes de carne foram implicados no inquérito, dos 853 mil exportados em 2016. Ele também mencionou o fato de que o Brasil tem mais de 4000 plantas de processamento de carne e apenas 21 delas foram implicadas.

Esta crise ocorre no mesmo momento em que União Europeia e Mercosul tentam negociar um acordo de livre comércio, que vem sendo barrado pelos lobbies europeus agroalimentares que querem limitar a entrada de carne sul-americana. A diretora da UE para as Américas, Edita Hrda, disse, no entanto, em uma conferência de imprensa em Buenos Aires que o escândalo da carne podre brasileira não era “nenhum obstáculo para as negociações”.

China, Hong Kong e Chile, que juntos representaram 40% das exportações de carne bovina do Brasil em 2016, já fecharam completamente seus mercados. Por sua vez, a União Europeia, Suíça, Japão, México e, mais recentemente, a África do Sul proibiram a entrada de produtos fabricados nas usinas sob investigação.

Outros países, como os Estados Unidos, Coreia do Sul, Argentina e Arábia Saudita, primeiro comprador de frango brasileiro, decidiram intensificar suas inspeções.

Mostrar mais

Mostrar mais

Suíça congela importações de carne do Brasil

Este conteúdo foi publicado em No início da semana, a China anunciou que irá conter a entrada da carne brasileira à espera de explicações detalhadas sobre o caso. O país asiático é o segundo maior importador de carne bovina e aviária do país. A União Europeia (UE), por sua vez, pediu ao Brasil “que elimine de imediato todos os estabelecimentos…

ler mais Suíça congela importações de carne do Brasil


Os mais lidos
Suíços do estrangeiro

Os mais discutidos

Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR