O centro financeiro suíço enfrenta uma crescente pressão global

Hong Kong está se precipitando na Suíça no setor de gestão de riqueza transfronteiriça. Keystone / Jerome Favre

Apesar do crescimento contínuo em seu setor de gestão de ativos, a Suíça está fadada a perder terreno em comparação com os concorrentes nos próximos anos, um relatório anual prevê.

O “Global Wealth Report 2022Link externo“, publicado na quinta-feira pelo Boston Consulting Group (BCG), prevê que a Suíça será empurrada para fora dos três principais centros globais do mundo pelo Reino Unido até 2026.

O grande aumento da riqueza global em 2021, que viu um aumento de 10,6% para US$ 530 trilhões (o maior salto em uma década), também foi visto na Suíça, onde o total de ativos financeiros subiu 5,5% para atingir US$ 4,1 trilhões, disse o relatório. Mas enquanto o setor suíço continuará crescendo para atingir US$ 4,6 trilhões até 2026, aumentos mais rápidos em outros lugares significam que é provável que ele perca seu lugar nos três principais centros financeiros ao lado dos EUA (primeiro) e Hong Kong (segundo).

Outra “notável mudança industrial” já é esperada no próximo ano, na área específica da gestão privada de riqueza transfronteiriça (ou seja, a gestão da riqueza proveniente do exterior). Aqui, enquanto novamente o setor suíço continuará crescendo, Hong Kong “provavelmente” ultrapassará a Suíça – “pondo fim a uma série de mais de 200 anos de domínio suíço” no setor, escreveu a BCG. Cingapura chegará mesmo perto de expulsar a Suíça do segundo lugar nos próximos anos.

A BCG disse que este crescimento mais rápido em Hong Kong e Cingapura se deve em grande parte à sua posição no mercado asiático e à sua capacidade de atrair investidores mais jovens.

Crescimento em Cingapura

Na Suíça, entretanto, o BCG prevê que os ativos financeiros onshore terão uma taxa de crescimento mais forte do que a riqueza transfronteiriça nos próximos quatro anos, e aumentarão em 3,2% a US$ 1,9 trilhão em 2026.

Em geral, apesar de um cenário de “turbulência geopolítica” (ou seja, a guerra na Ucrânia e o aumento da inflação), o BCG espera que cerca de 80 trilhões de dólares em novas riquezas sejam criados globalmente nos próximos cinco anos – algo que a co-autora do relatório Anna Zakrzweski disse provar que “a gestão de riqueza é resiliente”.