Funcionários da ONU entram em greve contra corte de salários
O salão de conferências usado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU está vazio hoje (sexta-feira) por conta da greve dos funcionários da organização.
UN Photo
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e outras importantes reuniões da ONU em Genebra foram canceladas na sexta-feira, depois que os funcionários votaram a favor da paralisação de um dia - coisa rara na organização - para protestar contra cortes salariais e a deterioração das condições de trabalho.
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Sou jornalista especializado em clima e ciência/tecnologia. Me interesso pelos efeitos das mudanças climáticas na vida cotidiana e nas soluções que a ciência apresenta.
Nasci em Londres e tenho dupla-nacionalidade suíça e inglesa. Depois de estudar línguas modernas e tradução, fiz uma formação de jornalista e entrei para a swissinfo.ch em 2006. Meus idiomas de trabalho são inglês, alemão, francês e espanhol.
Na quinta-feira, enquanto mais de mil funcionários públicos das Nações Unidas votaram em favor da greve de um dia, outros 120 se opuseram a ela.
A 37ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos em Genebra foi cancelada na sexta-feira, disse um porta-voz do conselho à agência de notícias suíça SDA-ATS na quinta-feira. As conversas devem ser reprogramadas na segunda-feira ou terça da próxima semana. Reuniões paralelas de direitos humanos organizadas por estados ou organizações não governamentais fora das principais sessões do conselho não serão afetadas.
No entanto, “outras reuniões importantes foram canceladas” na sexta-feira, declarou Ian Richards, chefe do Conselho de Coordenação dos Funcionários das Nações Unidas em Genebra.
Richards disse que o crescente movimento grevista demonstrou “até que ponto as equipes da ONU perderam a confiança na forma como suas condições de serviço, seja em Genebra ou em campo, foram estabelecidas pelo empregador”.
Em fevereiro, um número desconhecido de funcionários da ONU em Genebra participou de uma greve de meio dia. Desde abril de 2017, o pessoal tem escalado seus protestos contra os planos para reduzir os salários anuais dos funcionários públicos internacionais na cidade suíça. Eles também se juntaram a um protesto mais amplo da ONU por “um processo mais transparente, participativo, equilibrado e justo para determinar o salário e as condições do pessoal”.
Richards disse que um “e-mail intimidatório da administração contra a greve saiu pela culatra, convencendo os indecisos a aderir à greve”.
A Comissão de Serviço Civil Internacional (ICSC) propôs no ano passado a baixar os salários dos funcionários públicos da ONU em Genebra em 5,1%. Isso provocou a redução do chamado “índice de pós-ajuste” para funcionários profissionais que trabalham na cidade, e que afeta o cálculo de seus salários.
A idéia veio depois que o ICSC analisou o custo de vida em vários locais da ONU. A comissão declarou que o corte de salário para os funcionários baseados em Genebra os alinharia com os colegas em Nova York, onde o poder de compra havia caído.
Cerca de 9.500 funcionários trabalham para a ONU em Genebra, seja na sede europeia, localizada no Palais des Nations, assim como nas inúmeras agências da ONU espalhadas pela cidade, como a Organização Mundial da Saúde (OMS).
swissinfo.ch/ets
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