Credit Suisse brilha com lucros bilionários
Maior banco suíço em capitalização na bolsa de valores, o Credit Suisse lucrou 3,577 bilhões de francos (3,358 bilhões de dólares) no primeiro semestre deste ano e emerge como um dos bancos mais fortes da Europa.
De abril a junho, o lucro líquido caiu de 2 bilhões no primeiro trimestre para 1,6 bilhão de francos, mas sem “efeitos especiais” ele teria sido de 2,5 bilhões de francos, informou a instituição nesta quinta-feira (23/7).
O Credit Suisse (CS) parece ter superado o pior da crise financeira. O lucro líquido de 1,6 bilhão de francos (1,5 bilhão de dólares) no segundo trimestre é 29% superior ao do mesmo período no ano passado, o que corresponde às expectativas dos analistas.
O volume de fortunas administradas aumentou 4,8% desde o início do ano e soma 1,175 trilhão de francos (1,101 trilhão de dólares). A cota de capital próprio subiu para 15,5% contra 14,1% no final do primeiro trimestre.
A área de banco de investimentos rendeu 1,655 bilhão de francos (sem desconto dos impostos) e teve a maior participação no lucro, como ocorreu também nos três primeiros meses do ano.
O resultado foi considerado “bom” pelo executivo-chefe do Credit Suisse, Brady Dougan. “Ele mostra o sucesso da orientação estratégica do negócio focalizado no cliente”, afirma Dougan no comunicado do banco.
Adaptações e acordo nos EUA
O resultado do CS no segundo trimestre só não foi melhor porque adaptações do valor de mercado, da ordem de 1,1 bilhão de francos, pesaram sobre o balanço.
Além disso, um acordo extrajudicial com o conglomerado químico norte-americano Huntsman custou 500 milhões de francos ao Credit Suisse. Um efeito positivo teve a restituição de 400 milhões de francos de impostos.
No final de junho passado, o Credit Suisse e o Deutsche Bank, da Alemanha, resolveram uma briga envolvendo a fracassada incorporação da Huntsman pela Hexion nos EUA. Cada um dos bancos pagou 316 milhões de dólares e concedeu um crédito de 550 milhões de dólares à Huntsman.
Novo modelo de negócio
O diretor financeiro do CS, Reto Fassbind, disse em uma conferência telefônica, nesta quinta-feira, que o novo modelo de negócio do banco, com menos risco, é a base para resultados sustentáveis, sólidos e menos voláteis, mesmo num ambiente de mercado desafiante.
Com esse balanço semestral, o CS novamente supera seu concorrente suíço, o UBS, que já em junho advertiu que teria mais um prejuízo no segundo semestre. Além disso, o Credit Suisse faz parte do exclusivo clube de grandes bancos internacionais que até agora gerenciou a crise financeira sem ajuda estatal.
Em dezembro do ano passado, o grupo Credit Suisse anunciou que vai cortar 5.300 empregos em 2009, ou seja, 11% dos funcionários. No ano final de 2008, o banco tinha 47.800 funcionários, 2.500 a menos do que no final de 2007.
swissinfo.ch, com agências
Lucro líquido no primeiro semestre de 2009: 3,577 bilhões de francos (3,358 bilhões de dólares)
Prejuízo líquido em 2008: 8,2 bilhões de francos.
Lucro líquido em 2007: 7,76 bilhões de francos.
Retirada de capitais em 2008: 3 bilhões de francos (para comparar: 226 bi foram retirados do UBS).
Cota de capital próprio em junho de 2009: 15,1%, contra 13,3% em 2008 e 11,1% em 2007.
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