Analista de sistemas suspeito dos”Panamá Papers” está preso em Genebra
Um analista de sistemas da sucursal de Genebra do escritório de advocacia Mossack Fonseca está em prisão preventiva. O Ministério Público de Genebra abriu um inquérito criminal e confiscou documentos e computadores. Há suspeitas de que o analista de sistemas esteja na origem do escândalo dos "Panamá Papers".
A notícia foi relatada na edição do hoje do jornal suíço “Le Temps”. O Ministério Público de Genebra confirmou ao jornal que agiu depois da queixa apresentada por Mossack Fonseca, mas recusou dar mais detalhes, o que é comum na Suíça. O analista de sistemas é acusado de roubo de dados, acesso indevido a um sistema informático e abuso de confiança.
Dia 3 de abril último, os jornais membros do Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação (ICJ na sigla em inglês), revelavam o escândalo dos “Panama Papers”, depois de um vazamento massivo de informações das contas do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, especializado na criação de empresas offshore.
O autor do vazamento é objeto de todas as especulações. Sob o pseudônimo de “Jon Doe” ele havia explicado suas motivações e um manifestado transmitido à imprensa em maio. Falava de evasão fiscal e de crimes. “Decidi desmascarar Mossack Fonseca porque penso que seus fundadores, funcionários e clientes devem responder sobre o papel deles nesses crimes”.
O analista de sistemas em prisão preventiva em Genebra seria o autor da evasão? “Todas as hipóteses são possíveis”, afirma o advogado de Mossack Fonseca, Tierry Ulmann. Por outro lado, os advogados do analista, Thomas Barth e Romain Jordan afirmam que o cliente “contesta todos os fatos de que é acusado”.
Os “Panama Papers” mostraram que a Suíça está entre os cinco primeiros países que utilizam intermediários financeiros em empresas offshores.
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