Falência de operadora inglesa emociona turismo suíço
A notícia da falência da mais antiga agência de viagens do mundo, a Thomas Cook, deixa uma nota nostálgica na Suíça, que deve à empresa britânica a criação da indústria turística do país.
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Jessica cobre todos os aspectos, inclusive os menos simpáticos, das multinacionais e seu impacto na Suíça e no exterior. Está sempre em busca de uma conexão suíça com sua cidade natal, San Francisco (EUA). E discute com prazer sobre as razões que levaram sua cidade natal a ter produzido algumas das maiores inovações do mundo, sem ter resolvido o problema da crise habitacional.
Quando a Sra. Jemima chegou à Suíça em 1863, na primeira viagem de Thomas Cook à nação alpina, viu um país pobre, cheio do que descreveu como mendigos e parasitas. Mais de 150 anos depois, os Alpes suíços são um dos locais turísticos mais visitados do mundo.
Segundo Diccon BewesLink externo, cujo livro “Slow Train to Switzerland”, de 2013, marcou o 150º aniversário da primeira viagem turística à Suíça, o chamado “pai do turismo moderno” Thomas Cook teve um papel importante na promoção da Suíça como um lugar para visitar.
Bewes explicou que a imagem da Suíça mudou rapidamente “porque o turismo trouxe dinheiro exatamente para as regiões que não tinham antes, as regiões rurais”.
No seu livro, Bewes acompanha a viagem dos primeiros turistas britânicos à Suíça, baseando-se no diário escrito por “Miss Jemima”. O próprio Thomas Cook acompanhou o grupo até Martigny. Bewes nota que o ponto alto da viagem foi ver o nascer do sol no topo do Monte Rigi.
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Bewes explica que foi de fato esta viagem à Suíça em 1863 que ajudou a salvar a empresa Thomas Cook, fundada em 1841, de outra falência.
“A empresa estava à beira da falência por volta de 1860. A Suíça ofereceu essa imagem romântica, essa utopia para os britânicos escaparem da vida industrial no Reino Unido.
Thomas Cook nunca tinha estado na Suíça antes dessa primeira visita. Mas, no entanto, a viagem foi um sucesso imediato.
“Revolução social”
Cook fez com que viajar para o país alpino fosse fácil e acessível através de pacotes turísticos, mas o seu impacto vai além dos simples termos econômicos. Bewes descreve a oferta de viagens de Cook como uma espécie de “revolução social”, colocando as pessoas em contato com outras que normalmente não teriam conhecido numa altura em que os ingleses não confiavam nos estrangeiros.
“Eles estavam vendo todas as classes diferentes: iam a um chalé e bebiam um copo de água com uma camponesa, o que nunca fariam na Inglaterra”, conta. “Isso deu-lhes uma nova visão da vida”.
Enquanto os homens conquistam os Alpes suíços, a oferta de viagens de Cook é particularmente atraente para as mulheres. “Muitos dos clientes de Thomas Cook eram mulheres, porque os pais sabiam que estavam seguras dentro de um grupo, mesmo que não conhecessem nenhuma das outras pessoas”, explica Bewes.
“Cook desenvolveu um espírito pioneiro de viagens independentes e de grupo que transformou o turismo de massa”, diz.
O inglês Diccon Bewes é membro do conselho do público da swissinfo.ch, que supervisiona a qualidade da produção do site.
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