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Queda de produção na China atinge abastecimento na Suíça

Workers resume work at an electronic components factory in Wuhan China
Dados publicados esta semana mostraram que a atividade industrial chinesa sofreu sua maior contração em fevereiro Keystone / Xu Changliang

A forte contração da atividade econômica da China no último mês devido à epidemia do coronavírus está enviando ondas de choque por todo o mundo. A Suíça é um dos dez países mais expostos às interrupções do abastecimento chinês, revela um relatório das Nações Unidas.

No mês passado, a China, que tem um papel central nas cadeias de abastecimento mundiais, viu uma redução dramática no seu Índice de Gerente de Compras Industrial (PMI) – de 50 em janeiro para 35,7, a sua menor taxa desde 2004, de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). A marca dos 50 separa o crescimento da recessão. 

Até agora, essa retração na produção chinesa causou uma queda estimada nas exportações chinesas de cerca de US$ 50 bilhões (CHF47,8 bilhões), disse a UNCTAD na quarta-feira. 

Atualmente, as economias mais afetadas, que dependem fortemente de peças e componentes chineses para fabricar carros, telefones celulares, equipamentos médicos e outros produtos, são a União Europeia (resultando em uma estimativa de US$ 15,6 bilhões em exportações perdidas em fevereiro), os Estados Unidos (-$ 5,7 bilhões), o Japão (-$ 5,1 bilhões) e a Coreia do Sul (-$ 3,8 bilhões). 

A UNCTAD classificou a Suíça em décimo lugar, com US$ 1 bilhão em exportações perdidas em fevereiro devido às interrupções no abastecimento da China; os setores mais expostos são o químico, de instrumentos de precisão e maquinaria, disse a UNCTAD. 

+Indústria suíça se prepara para o impacto do coronavírus

A Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos (SECO) expressou recentemente preocupação a médio prazo sobre o impacto do coronavírus no mercado de capitais e a interrupção das cadeias de abastecimento da indústria suíça e de empresas internacionais sediadas na Suíça. O ministro suíço da economia, Guy Parmelin, será o anfitrião nesta quinta-feira de uma cúpula de crise sobre o coronavírus, para discutir o impacto do vírus com o setor industrial e as agências de serviços sociais.  

As agências internacionais, por sua vez, dizem que haverá um impacto econômico significativo com a propagação do vírus. Na segunda-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disse que o coronavírus, que foi detectado pela primeira vez na China, mas agora se espalhou para 60 países na Europa, EUA, América Latina e outras partes da Ásia, pode fazer com que a economia mundial se retraia neste trimestre pela primeira vez desde a crise financeira internacional, há mais de uma década. 

“Considerando que não é reduzido a curto prazo, o impacto global sobre a economia mundial provavelmente será significativo em termos de desaceleração econômica. Para os países em desenvolvimento, o impacto do que está acontecendo na China será sentido de forma muito intensa”, disse a diretora de Comércio Internacional e Commodities da UNCTAD, Pamela Coke-Hamilton, em uma conferência de imprensa em Genebra, na quarta-feira. 

O número de casos relatados de coronavírus no mundo aumentou acima de 94.000, com o número de mortes ultrapassando 3.200. A maioria das mortes tem ocorrido na China.

Entretanto, a queda na atividade industrial teve outros efeitos. As imagens de satélite da Nasa têm mostrado uma queda dramática nos níveis de poluição sobre a ChinaLink externo, que a agência espacial americana acredita estar “parcialmente relacionada” com uma desaceleração econômica devido ao coronavírus.


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