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“Muitos não levam em conta a saudade”

Sonnenuntergang mit Paar am Strand - Logo Auf und Davon
O programa "Auf und Davon" já está na sua 14a. temporada. Srf

Uma fazenda de criação de cães, um hotel, um bar...quem nunca sonhou em deixar tudo para trás e reconstruir sua vida sob coqueiros? Os dois programas documentários "Auf und Davon" (“Sair logo daqui”, em tradução livre) e "Bye bye la Suisse" (“Adeus Suíça”) permitem que centenas de milhares de telespectadoras e telespectadores vivenciem aventuras de emigração em suas telas.

RTS-Produzent Anastase Liaros
Os cérebros por trás dos dois programas: Anastase Liaros foi o produtor de “Bye bye la Suisse” por três temporadas. màd

O sucesso do programa de emigração “Auf und Davon” tem sido ininterrupto desde sua primeira transmissão em 2008. As taxas de audiência dos dois programas documentários na RTS (Radio Télévision Suisse) e na SRF (Schweizer Radio und Fernsehen) são excelentes.

A participação de mercado da 11ª temporada da edição francesa “Bye bye la Suisse” no inverno de 2021 foi de 41,8%, o que corresponde a uma média de 211.000 telespectadoras e telespectadores por episódio.

A 13ª temporada de “Auf und Davon” atraiu uma média de 647 mil espectadores, com uma participação no mercado interno de 41%. “E as classificações mantêm este alto nível ano após ano”, diz Steven Artels, diretor de documentários da RTS.

Para Anastase Liaros, diretor do “Bye bye la Suisse”, o sucesso está no fato de que você vive momentos muito importantes com as protagonistas e os protagonistas. “É maravilhoso ver como as pessoas vão além, quando querem realizar seu projeto”, fala entusiasmado.

Ele acredita que “Bye bye la Suisse” e “Auf und davon” são programas importantes, porque nos permitem olhar para a alma humana mais do que muitos outros programas, e mais do que se poderia imaginar.

Você pensa em emigrar?

O programa de documentário “Auf und Davon” está sempre à procura de candidatas e candidatos, e espera receber sua inscrição. Contato: auswandern@srf.ch.

A 14ª temporada do “Auf und Davon” será transmitida a partir de 6 de janeiro de 2023.

A RTS transmitirá a 12ª temporada do “Bye bye la Suisse” a partir de 13 de janeiro de 2023. No programa, serão mostradas duas famílias suíço-alemãs ou casais da temporada anterior da SRF, e acrescentada uma família ou casal da Suíça francófona.

Portrait der Produzentin Regina Buol
Regina Buol trabalha desde 2014 no programa. zVg

Sonhos quase universais

Todos os anos, uma média de 25 mil suíços emigram. Dezenas dessas pessoas se dirigem aos programas “Auf und Davon” ou “Bye bye la Suisse” para serem acompanhados em sua aventura.

Mesmo a pandemia não diminuiu esta tendência: com exceção do primeiro bloqueio na Suíça, os pedidos continuaram a chegar em grande número. “Muitos disseram para si mesmos: agora mais do que nunca”, afirma a coprodutora de “Auf und Davon”, Regina Buol.

Liaros, que dirige há três temporadas “Bye bye la Suisse”, observa que as razões que levam as suíças e os suíços a irem para o exterior são bastante universais. “A maioria das pessoas sonha com vastas paisagens. Na Suíça, eles se sentem confinados.” Muitos também estão procurando por um clima mais quente ou o extremo oposto das vidas que levavam antes.

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Ala de avión de swiss

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Cada vez mais suíços emigram

Este conteúdo foi publicado em Após uma forte desaceleração em 2020, a emigração suíça aumentou novamente no ano passado. Veja aqui as mais recentes estatísticas dos suíços e suíças do estrangeiro.

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Além das considerações geográficas e meteorológicas, a maioria dos candidatos se ocupa com projetos turísticos. Pousadas, por exemplo, são responsáveis por quase 80% dos pedidos de acompanhamento na Suíça francófona. “Eles combinam dois elementos: a oportunidade de se tornar proprietário de um imóvel – desejo quase inalcançável para muitos na Suíça – e ao mesmo tempo a chance de construir uma atividade econômica confiável”, diz Liaros.

Jochen Frank bei Dreharbeiten
Jochen Frank produz “Auf und Davon” desde 2015. SRF-SWI

Destinos populares

Ao longo das temporadas passadas, os telespectadores notaram que certos países são particularmente populares entre as futuras suíças e suíços no exterior. França, Alemanha e Canadá estão no topo da escala de popularidade entre as expatriadas e os expatriados de língua francesa.

Para Guillaume Fialip, editor de longa data do programa “Bye bye la Suisse”, “há algo reconfortante na França e na Alemanha, por causa de sua proximidade geográfica, linguística e cultural.”

Os protagonistas do “Auf und davon” são atraídos principalmente pelo Canadá, Austrália, Suécia ou Alemanha. Há alguns anos, a Suécia vem competindo com o seu programa “Down Under”. “Você poderia chamar a Suécia de um ‘Canadá mais fácil'”, diz Jochen Frank, coprodutor da SRF. O país é relativamente semelhante ao Canadá, mas muito mais próximo da Suíça e mais fácil de obter uma autorização de estabelecimento. Um ponto importante.

Liaros, produtor da RTS, acrescenta que países como a Costa Rica são particularmente hospitaleiros e facilitam o estabelecimento. Por outro lado, nos EUA ou no Canadá é muito mais difícil imigrar, devido às leis restritivas.

Assim, é mais fácil se estabelecer em lugares onde a mentalidade é semelhante à da Suíça, ao contrário da Ásia, por exemplo, afirma Buol, produtor da SRF. Lá, você provavelmente permanecerá sempre uma estrangeira ou estrangeiro. “Ter filhos também ajuda a integrar-se mais rapidamente”, completa ele.

Existem também alguns países que são difíceis, do ponto de vista de uma produção. Estes são Marrocos e Egito, por exemplo. “Nesses países, a implementação de nosso programa é mais complicada simplesmente por causa das licenças para fazer as gravações”, diz Frank. As filmagens são muito curtas, e em média as protagonistas e os protagonistas são visitados quatro vezes por temporada.

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Guillaume Fialip faz a edição de “Bye bye la Suisse”. màd

Boa preparação é tudo

Para  produtores, o segredo do sucesso de um projeto não é tanto o destino, mas os preparativos. “Parece óbvio, mas quando um casal emigra com um estudo de mercado, uma pesquisa básica e várias visitas ao local, faz uma grande diferença”, diz Liaros.

De acordo com Fialip, para a escolha de candidatos são analisados três parâmetros: o projeto em si, se o destino está relacionado com o projeto, e a preparação.

Ele se recorda da aventura dos Müllers, que viajaram ao Canadá em 2017 em busca de conhecer o vasto mundo, mas não tinham um projeto bem definido e tiveram que retornar à Suíça depois de um ano, pois não lhes foi concedida uma autorização de permanência.

“Em geral, os projetos em nossos programas têm taxas de sucesso relativamente altas”, diz Buol. As protagonistas e os protagonistas sempre se preparam muito bem, o que é típico suíça/suíço. “Depois disso, a vida segue”, diz Frank.

Problema da burocracia

A burocracia é, na maioria das vezes, completamente subestimada quando se deixa a Suíça. “As pessoas da Suíça se adaptam facilmente porque viajam muito e estão acostumadas a entrar em contato com outras culturas”, afirma Liaros. Mas elas também estão acostumadas a uma administração que funciona. “Para além da fronteira suíça, é um choque.”

Quem conhece o programa pode se lembrar da família Caboussat, que comprou uma torre de água no norte da Alemanha para transformá-la em um café e uma pousada. Eles tiveram uma decepção após outra ao enfrentarem repetidos obstáculos burocráticos.

Em tais becos sem saída, os protagonistas têm de encontrar outras formas, se não quiserem perder tudo. “Uma vez fracassado, o tempo pode ser um verdadeiro inimigo”, aponta Liaros. Seja para encontrar acomodações ou esperar por permissões, o tempo pode rapidamente acabar com as economias.

De volta à terra

Para o produtor do “Bye bye la Suisse”, outras coisas também podem frustrar os planos originais. Pois os seres humanos estão ligados de tal forma que “mesmo nos lugares mais bonitos do mundo, a magia se desgasta em algum momento.” Então esse emigrantes se dão conta de que estão longe de sua família e de seus amigos.

“O fator saudades de casa é muitas vezes esquecido”, observa Frank. Ao longo de todas as estações do ano – bem como por causa da falta delas – este sempre foi um grande problema: “É por isso que todos sempre comem fondue de queijo, não importa em que parte do mundo estejam”, diz Buol.

Adicionado a isso, vem a instabilidade econômica. “Suíços que planejam emigrar muitas vezes têm que ajustar seu padrão de vida para baixo”, conclui Liaros.

Adaptação: Flávia C. Nepomuceno dos Santos

Suíços do exterior

As estatísticas sobre as suíças e os suíços no exterior, publicadas pelo Departamento Federal de Estatística (FSO), contam cerca de 788 mil registros nas representações suíças no exterior em 2021. A comunidade suíça no exterior cresceu nos últimos anos. Em termos de população, formaria o quarto maior cantão da Suíça.

No final de 2021, 21,1% dos suíços do exterior eram menores de idade, ou seja, menores de 18 anos. A proporção de jovens de 18 a 64 anos era de 56,4%, e a de pessoas com 65 anos ou mais era de 22,5%. Em comparação com 2020, as respectivas populações aumentaram 1,4%, 1,1% e 2,7%. Como no ano anterior, o aumento foi mais marcante na faixa etária dos mais velhos.

Dentro da Europa, o maior grupo de suíços no exterior vive na França, seguido pela Alemanha e Itália.

Três quartos das suíças e suíços do exterior (590.500 pessoas) têm pelo menos uma segunda nacionalidade. A proporção é maior nos Estados Unidos (80,0%). Em mais da metade dos países americanos, a proporção de cidadãs suíças e cidadãos suíços com passaportes múltiplos é de pelo menos 75%.

Na América do Sul, especialmente no Chile e na Argentina, as suíças e suíços com múltiplas cidadanias estão especialmente bem representados (91,3% e 94,2% respectivamente).

Em contraste, sua participação é mais baixa na Ásia (63,1%). Desde 2017, o número de suíças e suíços com múltiplas nacionalidades aumentou em 5,3% em todo o mundo.

Embora seu número tenha aumentado na Ásia (+6,7%), Europa (+6,5%), Oceania (+4,8%) e Américas (+2,9%), uma diminuição de 2,8% foi observada na África.

Fonte: EDALink externo

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