Perspectivas suíças em 10 idiomas

Uma viagem através do tempo na arquitetura e arte suíças

A tiragem do guia é de mais de cinco milhões de exemplares. GSK

Em setembro chega às livrarias a milésima edição do "Guia da Arte Suíça". É o momento de passar uma vista-d'olhos nos arquivos da publicação mais vendida no país. Dentre as imagens: monumentos quase desconhecidos nos diferentes cantões. 

O “milagre” azul

O “Flecha-azul” em Marin-Epagnier, no trecho entre Neuchâtel e Berna. bls historic

O “Flecha vermelha”, da Companhia Suíça de Trens (SBB, na sigla em alemão), é conhecido pelos amantes da tecnologia ferroviária como o primeiro trem-expresso do país. Já o “Flecha azul”, que chegou aos trilhos em Berna no ano de 1938, é muitas vezes esquecido. Como primeiro trem elétrico – e que custava a metade das máquinas tradicionais – ele foi uma inovação da história do transporte na Suíça. Um dos vagões do Flecha azul está hoje exposto no Museu de Transportes de Lucerna. Uma das locomotivas foi restaurada em 2014 e ainda é utilizada em eventos especiais.

Edição Nr. 960, 2014

A pátria do Barry

Gravura de François Georgin (1801–1863) exibindo a travessia das tropas de Napoleão no Grande São Bernardo. akg-images

As travessias dos Alpes marcaram a história da Suíça. Os mosteiros sempre tiveram um papel importante como refúgio para os viajantes. O do desfiladeiro do Grande São Bernardo é interessante em vários aspectos: durante muito tempo os monges adestraram os cachorros da raça São-bernardo para resgatar pessoas que se perdiam nas montanhas. Os 46 mil soldados de Napoleão também passaram no mesmo local por volta de 1800. O mosteiro apresenta tesouros históricos como as cadeiras do coro. Uma parada que vale a pena conhecer.

Edição Nr. 556, 1994

A guerra perdida

O monumento do São Tiago na Basileia em um antigo cartão postal (esq.). Torcedores do F.C. Basileia cobrem a estátua com as cores do clube, em 2002. Keystone

O monumento do São Tiago na Basileia não atrai um público tão grande como o estádio de futebol com o mesmo nome, mas aqui falamos de vitória e derrota. A escultura, realizada em 1872 por Ferdinand Schlöth, lembra a data de 26 de agosto de 1444: foi quando tropas francesas lutaram contra os confederados suíços e quase os massacraram. A derrota foi glorificada posteriormente e faz parte, hoje, dos mitos do país.

Edição Nr. 912, 2012

O cemitério mais bonito da Suíça

O cemitério florestal de Schaffhausen. Ernst Mueller/GSK

O cemitério florestal de Schaffhausen foi criado em 1914. Na época, uma obra pioneira: era a primeira vez que uma floresta se transformava em cemitério. Uma ideia que veio da Alemanha. Entre os túmulos existem grandes áreas cobertas de árvores e, cortando os espaços, trilhas para os visitantes. Hoje o cemitério de 17 hectares é considerado um dos parques mais bonitos da Suíça.

Edição Nr. 949, 2013

Fortaleza impenetrável

O castelo de Bellinzona. Keystone

Na Idade Média o castelo de Bellinzona era considerado inexpugnável. Até hoje é possível perceber o caráter medieval dos muros, torres, muralhas e portões ao lado do castelo. Os duques de Milão construíram essa obra no século 15 para barrar as hordas de combatentes suíços. Desde de 2000, o castelo pertence ao Patrimônio Mundial da UNESCO.

Edição Nr. 866, 2010

A arena de luta

Vista aérea do anfiteatro de Windisch. RDB

Esse anfiteatro já foi parte do maior povoamento romano e serviu como importante espaço de lazer para os legionários. Nelas os espectadores assistiam lutas de animais e gladiadores. O anfiteatro de Windisch tinha originalmente 11 mil lugares e foi o maior espaço cultural romano em solo suíço.

Edição Nr. 885, 2011

A vida privada de Le Corbusier

Casa de Corbusier em Corseaux, 1957 RDB

O famoso arquiteto Le Corbusier nasceu em 1887 em La Chaux-de-Fonds, Suíça. Quando já vivia em Paris, construiu em 1924 para os seus pais uma casa em Vevey, às margens do Lago de Genebra. Le Corbusier aproveitou o espaço da pequena e quadrada casa até os últimos centímetros. Uma única janela, com onze metros de comprimento, dá vista para o lago. Hoje a casa, apelidada de “Le Lac” pode ser visitada no estado original: com móveis, pinturas e fotos familiares.

Edição Nr. 908, 2012

Oásis verde

Jardim Botânico de Berna. Adrian Moser/GSK

O Jardim Botânico de Berna foi inaugurado em 1859. São mais de dois hectares ao lado do rio Aare. Além das estufas com plantas e flores tropicais, o espaço abriga flora alpina, ervas medicinais e legumes. O parque é muito utilizado pela população para passear e até descansar nas horas livres.

Edição Nr. 874, 2011

Idade média em exposição

A pintura “Ceia de Herodes” (1.200 d.C) no convento de São João, em Müstair Keystone

O convento de São João em Müstair, no cantão dos Grisões, esconde um tesouro único: murais brilhantemente decorados na Idade Média, onde são exibidos aspectos da vida de Jesus Cristo. É um dos maiores afrescos conhecidos na Europa. A igreja também é amplamente ornamentada. Os murais foram descobertos nos anos 1940, o que foi considerado na época uma verdadeira sensação histórica.

Edição Nr. 733. 2003

Ambiente de Versailles

O Castelo de Waldegg, 1994 RDB

O castelo de Waldegg é considerado uma das mais importantes construções barrocas da Suíça. Construído no final do século 17, ele está repleto de móveis originais da época. Os imponentes jardins são um testemunho da vida dos nobres de Solothurn, que gostavam de se inspirar na França. Para muitos, o “Versailles” da Suíça.

Edição Nr. 977, 2015

A última casa de palha

A “Salzmehus”em Kölliken. Rudolf Hunziker/GSK

Até o século 19, muitas casas na planície suíça eram cobertas de palha. Uma das últimas ainda intactas encontra-se em Kölliken, no cantão da Argóvia. A chamada “Salzmehus” chama atenção pelas suas formas características: teto íngreme, puxando para baixo. Desde a sua construção em 1802, a construção já passou por diversas reformas, ganhando eletricidade, banheiros e até um estábulo. Fora isso, ela quase não mudou.

Edição Nr. 953, 2014

De hotel de luxo a templo cultural

Centro cultural LAC Lugano, 2015 Keystone

Por volta de 1850 foram construídos muitos hotéis na Suíça. Um deles é o Hôtel du Parc, em Lugano. Posteriormente ele foi rebatizado de “Grand Hotel Palace”. Por muito tempo foi o hotel mais luxuoso da região. Ao ser fechado em 1960, o prédio ficou por décadas vazio e começou a se deteriorar. Finalmente, em 2000, a prefeitura de Lugano comprou e transformou-o em centro cultural. As fachadas originais continuam, mas foram combinadas também com elementos modernos.

Edição Nr. 978-979, 2015

Leonardo Da Vinci

Um dos afrescos na Igreja de Santa Maria Degli Angeli em Lugano, 2007. Keystone

Ao lado do Centro Cultural de Lugano e do antigo Grand Hotel Palace encontra-se o mosteiro e a igreja de Santa Maria Degli Angeli. O conjunto tem mais de 500 anos. Impressionantes são os afrescos de Bernardino Luinis, pintados em 1529. Elas apresentam visualmente a Paixão de Cristo. Uma obra-prima clássica.

Edição Nr. 978-979, 2015

Estação de trem em mutação

A estação ferroviária de St. Gallen foi construida 1913 pelo arquiteto Alexander von Senger. Keystone

A famosa biblioteca da Abadia de St. Gallen não é o único prédio marcante desse cantão suíço. A estação de trem, inaugurada em 1913, também impressiona pelo caráter barroco. Ele abriga o último pavilhão de passageiros construído como uma nave central única. O próximo capítulo já está para ser aberto: a Companhia Suíça de Trens acrescenta ao pavilhão uma nova estrutura de vidro e aço, cuja inauguração está prevista para 2018.

Edição Nr. 950, 2013

“Guia da Arte Suíça” – edição nr. 1000

O guiaLink externo apresenta desde 1936 as mais importantes obras arquitetônicas e monumentos da Suíça. Ele é publicada nas línguas nacionais, mas por vezes também em inglês, espanhol, chinês e até japonês.

Nas primeiras décadas o foco central eram as catedrais e mosteiros. A partir dos anos 1950 vieram outras construções como castelos, prefeituras, residências, prédios industriais, museus, meios de transporte ou universidades.

Com cinco milhões de exemplares, trata-se da coleção mais vendida no país.

Como outras publicações tradicionais, ela também precisa se adaptar aos tempos. Desde 2015, o guia também existe no formato eletrônico. Para os fãs da arquitetura, a editora também criou o aplicativo “Swiss Art To GoLink externo“.

Em setembro saiu a milésima edição do guia. A Sociedade para História Cultural da SuíçaLink externo é a editora responsável.  

Adaptação: Alexander Thoele

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