No domingo (29.11) os eleitores suíços reprovaram duas propostas de mudança constitucional, que introduziriam regras éticas no funcionamento de multinacionais, fundos de pensão e o Banco Nacional da Suíça.
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Membro do conselho editorial da swissinfo.ch desde 2015. De 2006 a 2015 coordenou a editoria de bancos de varejo para o jornal "Finanz und Wirtschaft", de Zurique. Graduado em jornalismo de novas mídias (mestrado, 2014, Universidade de Leipzig) e em economia (bacharelado, 1999, na Universidade de Berna).
Alexander Thoele é de origem alemã e brasileira e ingressou na swissinfo.ch em 2002. Nascido no Rio de Janeiro, concluiu seus estudos de jornalismo e informática em Brasília e Stuttgart.
O colégio eleitoral da Suíça é formado por 5,4 milhões de eleitores. Hoje eles marcaram “não” nas duas propostas inscritas na cédula de votação: eram iniciativas populares lançadas por partidos e grupos da esquerda. O resultado das votações pode ser visto no quadro abaixo.
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Votação de 29 de novembro de 2020
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A iniciativa intitulada “Por Empresas Responsáveis – pelo povo e meio-ambiente” foi reprovada nas urnas por uma maioria apertada. Apesar da maioria dos eleitores (50,7%) terem aprovado a proposta, o projeto de lei perdeu em dois terços dos cantões (n.r.: para que um projeto de lei levado à plebiscito entre em vigor, é preciso não apenas a maioria dos votos, mas também que esta seja aprovada na maioria dos 26 cantões do país).
A iniciativa estipulava que as multinacionais baseadas na Suíça poderiam ser responsabilizadas por violações dos direitos humanos ou de normas ambientais cometidas no exterior.
A constelação em que uma iniciativa popular é derrotada devido à reprovação na maioria dos cantões é rara. Na história da democracia suíça só aconteceu uma vez. Em 1955, a iniciativa popular “Pela proteção dos inquilinos e consumidores” foi rejeitada por uma maioria de dois terços dos cantões, mas recebeu 50,2% dos votos.
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O que é uma iniciativa popular?
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Iniciativa popular é um instrumento da democracia direta (ou democracia semidireta) que torna possível, à população, apresentar projetos de lei. Ela permite que a sociedade possa influir diretamente sobre importantes questões cotidianas. Na Suíça, as iniciativas podem ser apresentadas se cumprirem determinadas exigências. Explicamos tudo neste vídeo.
Já uma maioria considerável (57,5% ) dos eleitores reprovou a segunda iniciativa. Intitulada “Por uma proibição do financiamento de produtores de material de guerra“, ela propunha proibir o Banco Nacional Suíço (banco central), fundos de pensão e de investimento de dar créditos a empresas, onde pelo menos 5% do faturamento anual é gerado através da comercialização e produção de armamentos, foi refutada por 58% dos eleitores.
A participação eleitoral foi de 46%, o que é significativamente menor do que nos últimos plebiscitos federais ocorridos em setembro de 2020, quando esta foi de 58%.
E o leitor, o que pensa das propostas? Participe da nossa pesquisa de opinião.
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Debate
Moderador:
Alexander Thoele
Multinacionais devem ter práticas mais éticas?
Após o plebiscito na Suíça, qual a sua opinião? Empresas deveriam respeitar padrões éticos em sua atuação no exterior como, por exemplo, não aceitando mais o trabalho infantil?
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