De acordo com a FINMA, Autoridade de Supervisão do Mercado Financeiro, a má conduta está relacionada aos supostos casos de corrupção em torno da Fifa, órgão regulador do futebol mundial, e das empresas petrolíferas Petrobas e a venezuelana PDVSA. Outro caso envolve um relacionamento comercial significativo com uma personalidade política em evidência.
Em dois processos o banco, o segundo maior da Suíça, a FINMA constatou deficiências nas medidas exigidas para que os bancos cumpram os regulamentos contra lavagem de dinheiro.
Como a FINMA anunciou na segunda-feira, a má conduta envolvendo a FIFA e as petrolíferas Petrobras (brasileira) e PDVSA (venezuelana) durou anos, principalmente antes de 2014.
Entre outras coisas, isso envolveu a não identificação da parte contratante, a determinação do beneficiário efetivo, a categorização como uma relação comercial com risco aumentado, bem como o esclarecimento necessário sobre o aumento do risco e sua plausibilidade.
O segundo caso diz respeito a um relacionamento comercial significativo com uma pessoa politicamente exposta (mas identificada no relatório apenas com a sigla em inglês, PEP), diz a FINMA.
“O banco era muito lento para identificar e tratar o cliente PEP como representando riscos crescentes. Além disso, as medidas de diligência (contra lavangem de dinheiro) e a documentação correspondente ao relacionamento comercial estavam incompletas. O banco falhou em cumprir suas obrigações com relação a investigações, verificações de plausibilidade e documentação sobre o cliente e certas transações de alto risco relacionadas ”, escreveu a FINMA em um comunicado.
Próximos passos
A FINMA tomou medidas para melhorar a política de combate à lavagem de dinheiro e para garantir que o banco implemente correções mais rapidamente. Um auditor independente analisará a implementação e o impacto das medidas.
Em conexão com os alegados casos de corrupção, desde 2015 a FINMA tem investigado vários bancos para ver se os seus clientes estiveram envolvidos e se os bancos cumpriram os regulamentos de supervisão.
Em uma declaração sobre as conclusões da FINMA, o Credit Suisse disse que “encomendou revisões independentes da conduta em questão, autorrelatou as deficiências e cooperou com a FINMA ao longo do processo, tomando medidas proativas de remediação”.
O Credit Suisse acrescentou que foi “grato à FINMA por seu reconhecimento das melhorias que foram feitas em nossa estrutura de conformidade e controle nos últimos anos” e apontou que, como resultado da revisão, a FINMA não havia “imposto qualquer multa no Credit Suisse, não ordenou qualquer restituição de lucros nem qualquer limitação de atividades comerciais. ”
swissinfo.ch/ets
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