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A moda nos tempos do e-commerce e big data

Mãos de uma mulher em um trocador de roupas
O cantão do Ticino abriga hoje uma grande quantidade de empresas da área de moda. Keystone

A primeira Feira da Inovação Têxtil (Fashion Innovation Week) ocorreu no final de março, em Lugano. Uma semana da moda dedicada sobre o comércio eletrônico, inteligência artificial, dados, realidade aumentada. Um dos participantes foi um suíço que abriu sua própria empresa no Brasil.

Se as capitais da moda já se consolidaram, o centro europeu da inovação do setor de roupas e acessórios ainda deve ser desenhado.

Lugano faz um passo à frente, onde a semana da modaLink externo não foi promovida pelas grifes famosas, mas, sim, pela associação do comércio eletrônico NetCommLink externo Suíça e por uma empresa de consultoria digital.Link externo Elas selecionaram e premiaram os melhores startups.

A escolha da Suíça italiana não foi por acaso: existem dezenas de marcas de modaLink externo presentes com os seus centros logísticos e de desenvolvimento e, em parte, de produção e direção.

O evento concentrou-se em seis dias de encontros, seminários e visitas aos estabelecimentos. As empresas mais inovadoras encontraram potenciais investidores e clientes, os estudantes descobriram novas oportunidades profissionais; outros exploraram as consultorias sobre taxas, exportação e digitalização.

Big data e moda

A coleta de dados e a análise das informações mudaram o rumo dos negócios do setor do vestuário. Principalmente, no campo do marketing tornando-o mais eficiente através de plataformas de venda sempre mais atraentes.

Entretanto, no mundo da moda, a observação das atitudes e das reações dos consumidores provoca uma influência muito maior: orienta o desenho de novas peças. Isso representa quase uma reviravolta neste mundo onde os estilistas ditavam as regras (mesmo “intuindo” o ambiente ao redor) e as tendências.

Os trabalhos da Fashion Innovation Week começaram com os seminários promovidos pelas UniversidadeLink externo e Escola Universitária Profissional da SuíçaLink externo (USI e SUPSI, siglas em italiano) e depois recebeu empresas do setor e abrigou diversos encontros institucionais. Ela também serviu de palco para apresentações de startups e finalistas do concursoLink externo. O ápice da semana foi o convênio no LACLink externo, na segunda-feira, 26 de março, com a participação de cerca de mil pessoas de 27 países diferentes, mas unidas pelo fio condutor do evento.

Hoje, se fala de “data-driven design”, ainda mais no setor do “fast-fashion”, ou seja, aquele das marcas que renovam rapidamente seus estoques com modelos que seguem os cânones atuais e com preços em conta.

Por enquanto, a big data abastece de informações o ser humano que desenha as peças, sob indicação do cruzamento de dados. Mas quem pode excluir que, amanhã, uma máquina possa criar coleções inteiras?

O data-driven design foi o tema da nossa conversa com Lodovico Brioschi (vídeo acima). Ele nasceu e cresceu em Lugano. Depois do bacharelado no cantão de St. Gallen e do mestrado na London School of Economics, trabalhou por alguns anos no setor bancário e financeiro até a transferência para São Paulo, onde foi um dos fundadores de Amaro.

Popular marca de roupas online no Brasil, AmaroLink externo tem 300 empregados distribuídos em escritório, fábrica e “guide stores”. Estes últimos, mais do que lojas, literalmente, são um espaço expositivo. O cliente veste a peça, mas a compra final ocorre na plataforma online e a entrega é feita em casa. 

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Prêmio de moda

A transformação do sul da Suíça num centro de inovação passa pela dedicação às empresas emergentes e aos seus produtos. 

Os melhores startups, selecionadas entre dezenas de candidatas, foram submetidas ao longo da Fashion Innovation Week a um corpo de jurados formado por investidores, representantes das marcas de moda e especialistas em novas tecnologias.  

O Fashion Innovation Award premiou Arylla, EyeFitU e NewstoreLink externo, que fornece ao revendedor especializado um serviço de plataforma para alcançar e servir, facilmente, a clientela online.

Real LookLink externo ocupa-se de tecnologia para a produção de roupa sob medida, como a coleta dos dados biométricos dos clientes através de um smartphone – Ela ganhou o FIW e o reconhecimento da agência regional para a inovação Agire.

Pílula de inovaçãoAryllaLink externo (Canadá) usa nanopartículas para imprimir no tecido um código contra as falsificações que pode ser relevado e monitorado através de um aplicativo no smartphone. A marca invisível, instalada na fase de tinturaria ou estamparia, não interfere na estética da moda e cria barreiras para os fraudadores que não veem o quê copiar.

Pílula de inovação 2EyeFitULink externo (Suíça) ajuda quem compra online a ordenar o número certo. O serviço cruza os dados fornecidos pelos produtores e pelos revendedores com as medidas e as preferências dos usuários. Ele vai mais além ao dar o “feedback” de outros consumidores. Atualmente, é usado por 200 marcas de moda e 50 lojas online.

Pílula de inovação 3 CompetitoorLink externo (Itália) é um instrumento que monitora os preços da concorrência para permitir uma veloz adaptação. 

Pílula de inovação 4 – DesignerAILink externo (Alemanha) usa a inteligência artificial para ajudar os estilistas na criação, com a coleta e a análise de emoções e informações das fotos e mensagens lançadas nas redes sociais. 

Adaptação: Guilherme Aquino

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