Suíça deve enfrentar falta de professores na próxima década

As escolas suíças têm enfrentado escassez de professores nos últimos anos. Keystone / Ennio Leanza

Durante a próxima década, a Suíça espera um déficit de dezenas de milhares de professores, tanto no ensino fundamental quanto no médio.

Em dois estudosLink externo separados publicados na sexta-feira, o Departamento Federal de Estatística disse que o número de professores no ensino fundamental e médio não deve manter um ritmo de crescimento da população na próxima década.

O número de professores deverá crescer 6% até 2031, enquanto o número de alunos no nível primário aumentará 8% e no nível secundário um pouco menos de 9%.

Cerca de 43.000-47.000 novos professores serão necessários no nível primário para atender à demanda. Entretanto, apenas 34.000 diplomas de ensino deverão ser emitidos no período de 2022 a 2031. O departamento de estatísticas diz que parte deste déficit poderia ser preenchido com professores formados em outro nível escolar, professores estrangeiros e alunos de faculdades de formação de professores.

A escassez de pessoal nas escolas tem sido uma preocupação fundamental nos últimos anos. Para o ano letivo atual, um número crescente de escolas primárias teve que recorrer a pessoal que não tinha qualificações profissionais de ensino. Isto aumentou a preocupação com os padrões de qualidade.

Retenção

O departamento de estatísticas também forneceu informações sobre a retenção de professores. Dos 91.806 professores trabalhando em 2015, 80% ainda estão empregados em uma escola cinco anos depois. A taxa de retenção foi menor para professores acima de 55 anos, e maior para aqueles entre 35 e 55 anos (84%). A taxa de retenção ligeiramente menor (80%) para aqueles com menos de 35 anos é algo observado no mercado de trabalho mais amplo.

Os professores na Suíça, em média, ganham mais do que em muitos outros países da OCDE, mas eles relatam altos níveis de horas extras e estresse. As duas principais associações de professores soaram o alarme por trabalharem demais horas extras não remuneradas há alguns anos e uma pesquisa divulgada em 2017 também revelou que cerca de 40% dos professores estavam “em uma situação de esgotamento”.