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Suíça luta contra escassez de pessoal no setor da saúde

Vai faltar profissionais. Keystone

Falta emprego para os jovens na Suíça e não há mão de obra suficiente nos hospitais e nos asilos com assistência médica para idosos: a equação parece simples, mas formar profissionais é caro.

A Suíça lança várias ideias para combinar os dois problemas e encontrar soluções.

O desemprego dos jovens preocupa os suíços. De 5,4% na faixa de 15 a 24 anos em setembro (contra 3,9% em média nacional), ele pode aumentar ainda mais nos próximos meses.

Por outro lado, a cada verão, volta à atualidade o tema da procura difícil de postos de aprendizagem profissionalizante e uma lista de exemplos dramáticos. No entanto, existem áreas em que falta pessoal. É o caso da saúde e assistência social, como lembraram recentemente os participantes de da Quinta Conferência Nacional sobre os postos de aprendizagem.

Organizado anualmente, esse encontro permite discutir as lacunas e os progressos realizados. A conjunção da aprendizagem e da saúde parecia evidente.

Grito de alerta


A reunião foi, antes de mais nada, a ocasião para um grito de alerta. Se nada for feito, faltarão 25 mil profissionais até 2020, devido ao envelhecimento da população. Segundo um relatório de novembro de 2007 do Departamento Federal de Estatísticas (DFE), “o dinamismo do setor de saúde é impressionante”.

Entre 1995 e 2005, “o crescimento do número de empregos chegou a 27,9%, enquanto a média para o conjunto da economia foi de 4,2%”. Não atingido pela crise, 480 mil pessoas trabalhavam no setor no segundo trimestre de 2009.

“Não é possível resolver a penúria de pessoal apenas através da imigração, que preenche atualmente aproximadamente um terço do pessoal hospitalar”, declarou a ministra da Economia, Doris Leuthard. “As instituições precisam aumentar a oferta de postos de aprendizagem.”

Brevemente uma nova formação


Uma nova formação de dois anos, com um nível de exigência menos severo, deveria permitir dar uma perspectiva a um número maior de jovens, mas também validar os conhecimentos de muitas pessoas experientes, mas não diplomadas. Globalmente, o governo já aplica 18 milhões de francos para a integração de jovens ao mercado de trabalho e 3,5 milhões para postos de aprendizagem.

“Mas a disponibilidade da economia a formar jovens é primordial”, afirmou a ministra. Thomas Daum, da União Patronal Suíça, lembrou que a formação dos jovens continua a ser da responsabilidade das empresas.

“Ainda estamos em fase de transição com a nova lei sobre a formação profissional e é preciso ter uma perspectiva de longo prazo”, afirmou Daum.

O empresário acrescentou que “o sucesso do sistema de formação profissional na Suíça se deve ao fato que as ideias virem da base e não serem impostas de cima”.

Tornar os postos de aprendizagem obrigatórios


Indiretamente, ele respondia a Carlo Conti, vice-presidente da Conferência Suíça de Diretores Cantonais da Saúde: os estados (cantões) poderão, a partir de 2012, obrigar os hospitais a oferecer postos de aprendizagem.

“A mudança induzida pela lei sobre a formação profissional ainda não está clara para todo o mundo da aprendizagem”, explicou. “Os hospitais, os asilos, as instituições médicas a domicílio ainda não estão conscientes de suas responsabilidades.”

A partir de 2012, “os estados poderão impor condições para a inscrição de um estabelecimento na lista hospitalar, o que permite obter financiamento de 55% dos custos pelo estado (cantão) e de 45% pelas seguradoras para os hospitais públicos ou privados. A criação de postos de aprendizagem poderia ser uma dessas condições.”

“Em Basileia, nós praticamos esse sistema de maneira facultativa”, precisa Carlo Conti. “Os hospitais estão de acordo. Haverá sem dúvida diferenças regionais, segundo a situação dos hospitais, mas o princípio foi aceito.”

“É uma orientação”, afirma Conti. “Para os hospitais, será um instrumento de pressão”, afirma Isabelle Chassot, presidente da Conferência de Diretores Estaduais da Instrução Pública, que quer “dar aos jovens a chance de entrar num mundo profissional de qualidade e de trabalhar em nossa sociedade baseada na parceria.”

Ariane Gigon, swissinfo.ch
(Adaptação: Claudinê Gonçalves)

488 mil pessoas. O setor da saúde e assistência social empregava 488 mil pessoas na Suíça no segundo trimestre de 2009, ou seja, 3% a mais do que em 2007.

Crescimento de 27,9%. Um relatório do Departamento Federal de Estatísticas, do final de 2007, afirmava que “o dinamismo do setor de saúde é impressionante”. Entre 1995 e 2005, o crescimento do emprego foi 27,9%, enquanto a média suíça para o conjunto da economia foi de 4,2%.

Que crise? Não atingido pela crise, esse setor terá necessidade de mais pessoal: segundo previsões, serão necessários mais 25 mil profissionais até 2020. A imigração, que supre atualmente um terço do pessoal hospitalar, não poderá suprir as necessidades.

Postos de aprendizaem. Pela primeira vez, o número de postos de aprendizagem nas empresas caiu, em um ano, de 83 mil para 82 mil, em todo país, em agosto de 2009.

Desemprego. Além disso, 6% dos 147 mil jovens no momento de escolher uma formação, ou seja, 9 mil pessoas (eram 7 mil em 2008) estão desempregadas ou sem atividade. Em setembro de 2009, a taxa de desemprego era de 5,4% na faixa de 15 a 24 anos (3,9% em média nacional).

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