Suíça pede “exceções e salvaguardas apropriadas” em carta à UE
A negociadora suíça Livia Leu, chefe da missão suíça na UE, reiterou o desejo do país de ir além das questões institucionais e concentrar-se no estabelecimento de uma base política comum antes que as negociações com Bruxelas possam ser retomadas.
A carta, datada de 30 de maio e vazada para a imprensa esta semana, vem em resposta a um pedido da UE para que a Suíça envie respostas por escrito a uma série de perguntas abertas, já que as conversações não conseguiram resolver o atual impasse político. A Suíça e a UE têm tentado encontrar uma forma de avançar nas relações bilaterais depois que os suíços rejeitaram um acordo-quadro abrangente para governar os laços de longo prazo há quase exatamente um ano.
Algumas das questões em aberto incluem o papel do Tribunal de Justiça Europeu na resolução de disputas entre a dupla, a adoção dinâmica pela Suíça da legislação da UE, regras sobre auxílios estatais e a livre circulação de pessoas.
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UE pede respostas por escrito da Suíça para avançar negociações
Na carta, Leu diz que a Suíça respeita a necessidade da UE de assegurar “a homogeneidade do mercado interno”, mas pede o reconhecimento de que a Suíça não goza dos mesmos direitos que os Estados membros da UE. Ela indicou que as duas partes ainda estão em fase exploratória para ver se é possível estabelecer um terreno comum para avançar com negociações concretas.
Interesse comum
Em uma entrevistaLink externo com o Tages-Anzeiger na quarta-feira, Leu disse que a Suíça quer retornar a um “método comprovado” que funcionou para garantir dois acordos bilaterais no passado. Especificamente, isto significa trabalhar em temas onde há um interesse comum, tais como eletricidade, saúde e alimentação. Na entrevista, ela disse que “é uma abordagem diferente, concebida para facilitar o equilíbrio de ambos os lados”.
Ela reconheceu, entretanto, a necessidade de abordar outras questões abrangentes como parte da “abordagem de pacote”. Uma delas é a adoção legal dinâmica. Sobre isso, Leu disse ao jornal que “estamos prontos para dar um grande passo em direção à UE”. Na carta, Leu disse que isso poderia acontecer desde que exceções e salvaguardas apropriadas para proteger os interesses essenciais da Suíça sejam levadas em conta.
No entanto, ela disse que o governo suíço tem sido claro que não quer buscar um acordo-quadro 2.0. Ao invés disso, “é preciso que haja uma solução diferente”.
A UE acusou o recebimento da carta na quarta-feira e indicou que iria rever as propostas.
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