Suíça quer ser líder em tecnologias verdes
Coincidindo com a conferência sobre a mudança climática em Copenhague, empresários, políticos e cientistas lançaram a Swiss Cleantech Association (SCA).
Os membros dessa associação querem conquistar o mercado mundial do meio ambiente, estimado em 900 bilhões de francos em 2010.
A Suíça tem tecnologia de ponta em vários setores ambientais, com laboratórios reconhecimento mundialmente nas duas escolas politécnicas de Zurique e Lausanne. As normas suíças para a construção, transportes e agricultura estão entre as mais exigentes.
Na exposição universal de Xangai (de 1° de maio a 31 de outubro de 2010), as cidades de Genebra, Basileia e Zurique terão como tema a água potável, setor em que os suíços são peritos. Eles também são líderes mundiais da reciclagem.
O primeiro avião solar a dar a volta ao mundo será suíço e multiplicam-se as pesquisas e aplicações de energias renováveis.
“Isso precisa mudar. A Suíça tem de se engajar para que as tecnologias ambientais se tornem um novo pilar de nossa economia, para que o país se posicione como líder mundial do desenvolvimento sustentável” disse o empresário Nick Beglinger, um dos fundadores da Associação Suíça de Tecnologia Limpa (SCA, na sigla em inglês).
“A Suíça não deve apenas rimar com queijo, chocolate e bancos. Ela também deve ser sinônimo de tecnologia limpa”, acrescenta o industrial de Zurique.
Políticos e cientistas
Em carta endereçada à Câmara Federal, a SCA afirma que o setor financeiro não será mais o grande criador de riquezas e incita os deputados federais a criarem leis para que as tecnologias verdes se tornem um novo pilar da economia suíça.
A Associação já conta com o apoio de um grupo de parlamentares pluripartidário e de um grupo de cientistas, entre eles o presidente da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), Patrick Aebicher, e do idealizador do avião solar Solar Impulse, Bertrand Piccard.
Empregos e perspectivas
Nada menos que 70 empresas suíças estão entre as fundadoras da SCA. Juntas, elas empregam 155 mil pessoas e criam, segundo a SCA, de 18 a 20 bilhões de euros em valor agregado.
Um estudo recente do Ministério suíço da Economia avalia que no plano mundial, o setor de tecnologias limpas terá um crescimento de 8% ao ano e um faturamento anual de 22 bilhões trilhões de euros, dentro de dez anos.
“As tecnologias limpas suíças estão bem posicionadas para participar da limpeza do planeta, especialmente nos grandes países emergentes”, diz Nick Beglinger. Este ano, China, Estados Unidos e dez outros previram gastar 177 bilhões de dólares em programas ambientais.
O ponto fraco, por enquanto, é que o governo federal não tem qualquer incentivo à exportação de tecnologias limpas.
Claudinê Gonçalves, swissinfo.ch com agências.
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