Suíça torna-se principal centro de comércio de carvão
Cerca de 40% do carvão mundial é comprado e vendido na Suíça, de acordo com um estudo. Os bancos suíços estão entre os principais financiadores do negócio do carvão.
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RTS/sb
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Switzerland becomes leading coal-trading hub
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Este ano, a produção mundial de carvão deve exceder oito bilhões de toneladas, um recorde histórico, segundo previsões da Agência Internacional de Energia (AIE). O carvão é produzido principalmente na China, na Índia, na Indonésia e nos Estados Unidos.
A Suíça é um importante centro do comércio de carvão com empresas sediadas na Suíça que supervisionam 40% do comércio mundial, revela um relatório da ONG suíça Public Eye publicadoLink externo na segunda-feira.
Ele mostra que a Suíça tem 245 empresas ativas no comércio e extração de carvão. Essas empresas estão baseadas principalmente nos cantões de Genebra (78), Ticino (55) e Zug (54). As 58 empresas restantes estão espalhadas por todo o país.
As empresas de mineração, que têm uma sede ou um braço comercial na Suíça, extraem um total de 536 milhões de toneladas de carvão por ano. Estas incluem empresas globais como a Glencore.
A extração, o transporte e a transformação do carvão em energia elétrica resultam em cerca de 5,4 bilhões de toneladas de CO2 emitidas anualmente, diz o relatório.
Revendedor de dióxido de carbono
Public Eye denuncia o laxismo das autoridades e dos bancos suíços, que financiam essas empresas, apesar das declarações de que elas estão reduzindo maciçamente seus investimentos.
“No início da conferência climática em Sharm el-Sheikh, a Suíça deve assumir sua responsabilidade como ‘negociante de dióxido de carbono’ e colocar em prática um plano de saída para este lucrativo negócio”, disse Public Eye.
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Os bancos suíços estão em décimo lugar como financiadores da indústria do carvão, segundo o relatório. Desde o Acordo de Paris de 2015, eles emprestaram US$ 3,15 bilhões (CHF3,12 bilhões) a empresas sediadas na Suíça que atuam na indústria do carvão, de acordo com dados fornecidos pela empresa de pesquisa Profundo. Em seis anos, as somas anuais levantadas aumentaram em 72%.
Credit Suisse é o maior financiador neste mercado (mais de US$ 2 bilhões), com clientes como Trafigura, Glencore e as empresas russas Bibanthracite e SUEK. É seguido pelo UBS (US$ 818 milhões), o Banco Cantonal de Zurique (US$ 339 milhões) e os bancos cantonais de Vaud e Genebra.
Intenções
Em uma declaração à televisão pública suíça, RTS, Credit Suisse disse que “reconhece que os fluxos financeiros devem ser alinhados com os objetivos definidos no Acordo de Paris”.
O segundo maior banco da Suíça diz que se comprometeu publicamente a reduzir as emissões financiadas em petróleo, gás e carvão em 49% até 2030 e 97% até 2050.
O UBS disse à RTS que também queria reduzir drasticamente seus compromissos com os combustíveis fósseis: “Até 2030, o UBS pretende reduzir as emissões financiadas por créditos concedidos a empresas do setor de combustíveis fósseis em 71% (em comparação com o nível de 2020)”.
De acordo com a RTS, o Ministério das Finanças em breve solicitará às multinacionais que publiquem sua pegada de carbono gerada por suas atividades, bem como o risco financeiro. Se uma portaria governamental entrar em vigor, as empresas terão que informar sobre os riscos climáticos e seu impacto a partir de 2024.
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