Relojoeiros suíços devem se unir para combater Apple & Cia
Com as dificuldades encontradas pela feira da relojoaria Baselworld, a indústria relojoeira suíça precisa de uma nova vitrine para destacar o seu know-how. Mas em vez de unir forças, os fabricantes suíços multiplicam as suas próprias iniciativas. Um especialista do setor quer agora que o governo intervenha.
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Jornalista e editor-adjunto da redação suíça, que reúne três idiomas nacionais da swissinfo.ch (alemão, francês, italiano). Trabalhou anteriormente na agência Teletext e no portal rts.ch.
Até há pouco tempo, as coisas andavam relativamente bem para os relojoeiros suíços. Todos os anos, no início da primavera, eles se reuniam nas margens do Reno para a feira anual do setor, a Baselworld. Um ponto de encontro crucial para as marcas, que negociavam lá grande parte das suas encomendas anuais; mas também uma oportunidade única para a indústria relojoeira, unida sob o selo “swiss made”, de mostrar a sua riqueza e criatividade.
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Seis coisas a saber sobre a relojoaria suíça
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A Suíça produz anualmente cerca de 30 milhões de relógios, o que corresponde a apenas 2,5% do total de produtos fabricados no mundo. Por outro lado, ela ocupa mais de 50% do mercado relojoeiro de produtos sofisticados. Estima-se que 95% dos relógios que custam mais de mil francos suíços foram produzidos na Suíça. Os relógios…
Este modelo está agora ultrapassado. Nos últimos dois anos, a Baselword perdeu mais da metade dos seus expositores e visitantes. Swatch Group, o maior grupo relojoeiro do mundo, deixou o evento da Basileia com um estrondo no verão de 2018, e não parece ter pressa em voltar.
Mais recentemente, foi o grupo francês LVMH que, por sua vez, ameaçou bater a porta do grande encontro do Reno já em 2021. As quatro marcas de relógios do grupo – Tag Heuer, Hublot, Zenith e Bulgari – preferiram organizar o seu próprio evento em meados de janeiro em Dubai, alegando custos mais baixos e um calendário mais favorável para a apresentação das suas novas coleções.
Superando egos
Seguindo o caminho de outras marcas, Audemars Piguet, por sua vez, anunciou que não participará mais do Salão Internacional da Alta Relojoaria de GenebraLink externo, a contrapartida da Baselworld para a relojoaria de altíssimo luxo. A marca independente do Vale de Joux, que alcançou um faturamento histórico de mais de 1,2 bilhões de francos no ano passado, prefere confiar nos eventos regionais para se aproximar dos consumidores em Hong Kong ou Nova York.
“As marcas querem agora abordar diretamente seus clientes finais e não mais os intermediários, uma tendência irreversível que as feiras de relojoaria não viram chegar”, enfatiza Olivier Müller, especialista em relojoaria da LuxeConsultLink externo. O fato é que apesar de todas as deficiências – preços exorbitantes, estandes “blindados” e inacessíveis para o visitante médio, ostentação em excesso – que levaram ao seu declínio, a Baselworld foi uma das raras plataformas que conseguiu federar os fabricantes de um setor no qual não faltam rivalidades e brigas de egos.
“Precisamos urgentemente de uma organização que assuma o comando para valorizar a relojoaria suíça como um todo. Seria do interesse dos fabricantes suíços colaborar em vez de agir de forma dispersa”, defende Olivier Müller. Já foram feitos contatos preliminares com a Federação da Indústria Relojoeira Suíça os principais representantes da indústria relojoeira para explorar a viabilidade de tal projeto. Se nenhuma empresa mostrar interesse em tal passo, Olivier Müller está pronto para passar o projeto para o governo suíço.
Presença Suíça
“Essa nova entidade atuaria como uma facilitadora. Poderia, por exemplo, organizar eventos nas embaixadas suíças ou criar uma espécie de circo itinerante da relojoaria suíça em diferentes partes do mundo. Mas claro que não teria que substituir as marcas em termos de comunicação”, explica o especialista.
E quem melhor do que a Presença SuíçaLink externo, a organização responsável pela promoção da imagem do país no estrangeiro, para levar a cabo esta missão?
É verdade que o seu diretor, Nicolas Bideau, se concentrou nos últimos anos principalmente na venda da imagem de uma Suíça de alta tecnologia e jovial, mas “além dos drones, da inteligência artificial e das tecnologias médicas, não podemos perder de vista que a relojoaria representa a terceira maior indústria de exportação da Suíça e emprega quase 60 mil pessoas no país”, lembra Olivier Mueller.
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Passeio pelos ateliês de um dos mais famosos fabricantes suíços de relógios, Audemar Piguet. As mecânicas sofisticadas são montadas em Brassus, no estado de Vaud, e Locle, estado de Neuchêtel, ambos na região oeste.(Fotos: Thomas Kern, swissinfo).
Você já utilizou ferramentas de inteligência artificial no trabalhho? Elas o ajudaram ou, ao contrário, causaram mais estresse, aumentaram a carga de trabalho ou até mesmo resultaram na perda do emprego?
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