“Turistas de Natal” descobrem a Suíça
Os mercados de Natal multiplicam-se na Suíça: os de Zurique, Genebra, Berna, Sankt Gallen, Montreux e Lausanne são apenas alguns deles. E, aos visitantes locais, juntam-se cada vez mais turistas europeus.
Uma pesquisa aponta que a metade dos suíços dispõe para este Natal de tanto dinheiro como nos anos anteriores. Eles planejam gastar, em média, 628 francos com presentes.
Segundo uma sondagem da empresa de consultoria Deloitte, 69% dos suíços dizem que a recessão não diminuiu seu poder aquisitivo em 2009, e 98% estão convencidos de que sua situação econômica é melhor do que a do resto dos europeus.
Isso é bom para os mercados de Natal, que criam novas áreas de comércio e novos nichos para o turismo. Não só os suíços, mas também os franceses, alemães ou italianos são atraídos pelo cheiro e o sabor das guloseimas e pelo burburinho do comércio de presentes.
Algumas agências de turismo oferecem na Suíça e nos países vizinhos excursões aos mercados natalinos, a preços entre 120 e 350 francos, dependendo da duração (também há excursões da Suíça para a França e a Alemanha, especialmente para o famoso mercado natalino de Nurembergue).
Os pacotes incluem um ou dois pernoites em hotel (três ou quatro estrelas), café da manhã, aperitivo, transporte gratuito para o mercado escolhido e, às vezes, ingresso para um show. Além de desconto para visitas a museus, castelos e outras atrações turísticas.
Comércio natalino
Na Suíça existe pelo menos uma dúzia de grandes mercados de Natal, com mais 50 mil visitantes durante o mês de dezembro. O mais popular e lucrativo está localizado dentro da estação ferroviária de Zurique e recebe, em média, 15 mil visitantes por dia.
O “maior mercado coberto na Europa”, como diz a publicidade, tem 160 estandes (o aluguel custa 7500 francos por estande) e funciona de 27 de novembro a 24 de dezembro. Uma de suas atrações este ano é uma árvore de Natal de 15 metros de altura.
Depois de Zurique, um dos mais interessantes é o de Lausanne, com seus 53 “chalés” na Praça São Francisco. Durante quatro semanas, ele oferece produtos típicos do período natalino, condimentados com música e surpresas humorísticas de artistas de rua.
Natal sempre vende
“Na época do Natal sempre se vende – com ou sem crise”, diz o comerciante Romuald Maier, que alugou um dos 60 estandes no “Weihnachtsmark der Sankt Gallen”, no nordeste do país.
O mercado de Natal de Sankt Gallen, com uma infinidade de luzes e uma gigante árvore enfeitada em frente à milenar catedral barroca, é um dos mais românticos da Suíça. Ao redor da praça do mosteiro e da árvore, bandinhas e músicos de rua tocam canções natalinas.
O de Berna, com mais de 50 casinhas de madeira enfeitadas individualmente com ramos de coníferas, acontece em duas praças, distantes dez minutos a pé. Para sentir o clima de Natal na capital suíça, basta caminhar pelas ruas e arcadas do centro histórico, tombado pela Unesco.
Com 146 estandes nas praças Barfüsserplatz e Theaterplatz, o Weihnachtsmarkt é o “coração do Natal de Basileia”. Este ano, a prefeitura fez até uma campanha publicitária no sul da Alemanha e na Alsácia (França) para atrair turistas internacionais.
“Mundo mágico do Papai Noel”
Um dos primeiros e melhores mercados de Natal da Suíça francesa é o “Montreux Noël”, localizado entre o Lago de Genebra e os Alpes. Seus 150 comerciantes e artesãos oferecem mil e uma ideias de presentes.
Uma de suas atrações é o “mundo mágico do Papai Noel”, que tem seu escritório no pico Rochers-de-Naye (a 2032 metros de altitude) e mantém uma lojinha de brinquedos na praça do mercado de Montreux.
Já o “Marché International de Noël”, em Genebra, tem como principal objetivo oferecer artesanato internacional aos visitantes, diz a organizadora Sandra Alvarez. Este ano estão presentes, entre outros países, a Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Índia, Marrocos e, é claro, a Suíça.
Presentes tradicionais
Os produtos oferecidos nos mercados natalinos vão desde doces, velas perfumadas, geleias orgânicas, pão de especiarias, joias, têxteis, brinquedos e esculturas em madeira até têxteis, queijo, bebidas quentes, livros, artigos domésticos – qualquer objeto que possa ser embalado como presente.
Segundo a sondagem da Deloitte junto a 801 consumidores suíços, este ano a maioria pretende dar presentes úteis para adultos e artigos educativos para crianças e adolescentes, embora estes desejem mais eletrônicos (veja coluna à direita).
“A maioria dos suíços é da opinião de que a crise influenciará pouco sua situação financeira pessoal e vê o futuro com otimismo. Isso indica que o comércio varejista terá um bom comércio de Natal”, conclui a pesquisa.
Geraldo Hoffmann (com colaboração de Andrea Ornelas), swissinfo.ch
A Deloitte faz uma pesquisa sobre o comércio de Natal na Europa e nos EUA desde 1998 – a Suíça foi incluída em 2007.
Estes ano foram entrevistados 17.576 consumidores europeus – 801 deles suíços.
Os suíços planejam gastar, em média 628 francos (igual valor em dólar) com presentes. A média europeia é de 625 francos.
A maioria dos suíços (69%) usa a internet para se informar sobre presentes e comparar preços, mas apenas 20% os compram pela via eletrônica.
Em média, cada presente de Natal dos suíços custa 63 francos.
Os presentes mais desejados são: livros (45%), vale-presente (45%), dinheiro (42%), CD/música (39%), ingressos para teatro e eventos esportivos (31%), viagens (29%), roupa (28%), produtos de beleza (27%) e joias (23%).
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