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UBS aceita comprar Credit Suisse por três bilhões de francos

UBS and Credit Suisse
© Keystone / Michael Buholzer

O Credit Suisse, o segundo maior banco da Suíça, será assumido pelo concorrente UBS após intensas negociações de última hora para evitar um colapso bancário de grandes proporções.

Um fim de semana dramático que termina com a conclusão do acordo com o banco UBS, que compra o Credit Suisse por três bilhões de francos (aproximadamente 3,2 bilhões de dólares) e a 0,76 francos por ação, bem abaixo do preço de fechamento de 1,86 na última sexta-feira (17.03).

O Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em alemão) facilitará a transação fornecendo 100 bilhões francos (US$ 108 bilhões) em liquidez ao UBS e ao Credit Suisse durante a aquisição. O governo concordou em absorver até nove bilhões de francos em perdas potenciais do UBS.

O colapso do Credit Suisse, considerado um banco “grande demais para falir”, teria causado “uma turbulência econômica irreparável na Suíça e no mundo”, declarou a ministra suíça das Finanças, Karin Keller-Sutter. A aquisição “lançou as bases para uma maior estabilidade ao setor”, afirmou e concluiu: “Esta é uma solução comercial, não um resgate”.

O presidente do Credit Suisse, Axel Lehmann, denominou a aquisição de um evento “histórico, triste e desafiador”. O banco formado com a aquisição será chefiado pelo atual diretor-executivo do UBS, Ralph Hamers. O presidente do conselho administrativo será Colm Kelleher.

O governo suíço, segundo informações divulgadas na imprensa, forçou a aquisição apesar da oposição de grandes acionistas do Credit Suisse como o Banco Nacional Saudita e o Fundo de Investimento do Qatar, que injetaram bilhões na instituição no ano passado.

As negociações de fim de semana ocorreram entre o Credit Suisse, UBS, Conselho Federal (Poder Executivo), SNB  e a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro Suíço (Finma). As autoridades financeiras de outros países também estiveram envolvidas no processo, pois sua aprovação foi necessária para selar o acordo.

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Grande número de problemas

A aquisição acelerada seguiu-se a uma semana de angústias crescentes para o Credit Suisse, que levaram a temer que o segundo maior banco da Suíça fosse à falência.

O colapso de um banco nos Estados Unidos fez com que o preço das ações do Credit Suisse oscilasce muito durante a semana, e o banco foi forçado a pedir ajuda de crédito de US$ 50 bilhões ao Banco Nacional da Suíça. Os clientes retiraram bilhões de francos todos os dias, de acordo com reportagens da mídia. Mas a oferta de financiamento do SNB não foi suficiente para convencer depositantes e investidores, forçando as autoridades a tomar outras medidas.

O Credit Suisse suportou um período desastroso de poucos anos, culminando em um prejuízo de 7,3 bilhões de francos em 2022. Nesse mesmo ano, o banco anunciou o corte de aproximadamente nove mil empregos.

Adaptação: Alexander Thoele

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