Cerca de 90 mil operações foram realizadas depois que o acordo de livre comércio entre a Suíça e a China foi assinado, disse o Presidente da Suíça e também ministro da Economia, Johann Schneider-Ammann, em entrevista para swissinfo.ch durante uma viagem de três dias à China.
swissinfo.ch: O senhor foi Presidente da Swissmem e Vice-Presidente da Economiesuisse. Quais são os maiores desafios enfrentados pelas empresas suíças que fazem negócios com a China?
Johann Schneider-Ammann: Não foi só isso, também fui empresário e bem ativo neste mercado. A diferença essencial é o fato de ser uma cultura estrangeira com idiomas completamente diferentes. É possível estabelecer uma confiança básica na qual pode-se construir um negócio. Mas isso requer tempo.
É preciso passar algum tempo junto; desenvolver experiências compartilhadas. Principalmente boas, mas talvez algumas também ruins. É assim que os tijolos para um relacionamento de longo prazo são assentados.
swissinfo.ch: Os maiores concorrentes das empresas suíças na China são os alemães. Como é que o governo suíço apoia as empresas suíças que fazem negócios com a China?
J. S.-R.: O governo suíço é responsável pelo desenvolvimento de um quadro, de um acordo de comércio livre. Nós fizemos isso. Nós também temos muitos outros acordos com a China. Todo o resto é com as empresas privadas.
swissinfo.ch: Em que medida o acordo de livre comércio ajuda a economia suíça?
J. S.-R.: O acordo de livre comércio tem produzido bons resultados. Cerca de 90 mil operações foram realizadas. Isso significa que 90.000 vezes tivemos uma experiência com o preenchimento de formulários aduaneiros. Isso é muito know-how.
E é um fato que a indústria relojoeira pagou 27 milhões de francos a menos em taxas no primeiro ano. Isso é uma quantia substancial para a indústria relojoeira, e mostra o progresso que está sendo feito através do livre comércio.
Ao todo, o crescimento do nosso comércio com a China foi acima da média em comparação com o comércio com outros países, onde não temos acordos preferenciais, mesmo nos meses difíceis que tivemos recentemente.
Empurrão chinês
O Presidente suíço se encontrou com o primeiro-ministro chinês Li Keqiang na quinta-feira. Os países pretendem trabalhar em estreita colaboração, especialmente na área da inovação.
Um tema principal da reunião foi o acordo de livre comércio em vigor desde meados de 2014 entre os dois países.
O acordo de livre comércio tem sido criticado por empresas suíças na China por sua impraticabilidade.
No programa, além de reuniões com vários ministros chineses e representantes das empresas suíças em Xangai, o Presidente Ammann deve abordar temas como sustentabilidade e direitos humanos com as autoridades chinesas.
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