À margem do Fórum Económico Mundial, a CEO da IKEA Suiça, Simona Scarpaleggia, falou sobre o que será necessário para o encontro global em Davos alcançar um equilíbrio de gênero 50-50 entre os participantes.
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Jornalista multimídia, iniciou sua carreira na Agence France-Presse (AFP), cobrindo a Primavera Árabe. Também trabalhou como correspondente da Associated Press em Istambul antes de se mudar para a Suíça, em 2016. Fala inglês e espanhol e tem raízes suíças. Adora viajar e conversar em italiano, árabe e francês, de preferência tomando um café. Nada de chá, for favor!
Jessica cobre todos os aspectos, inclusive os menos simpáticos, das multinacionais e seu impacto na Suíça e no exterior. Está sempre em busca de uma conexão suíça com sua cidade natal, San Francisco (EUA). E discute com prazer sobre as razões que levaram sua cidade natal a ter produzido algumas das maiores inovações do mundo, sem ter resolvido o problema da crise habitacional.
A IKEA SuíçaLink externo é uma das poucas empresas, globalmente e na Suíça, a ter alcançado um equilíbrio de 50% em termos de gênero na gestão. Scarpaleggia, de origem italiana, acabou com o tabu do trabalho em tempo parcial, que ela considera uma das principais barreiras para aumentar o fluxo de jovens mulheres talentosas. “Na Suíça, isso é realmente visto como um freio para a carreira, mas nós [na IKEA] vemos como uma oportunidade… por que devemos perder talentos?”
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Sob a direção de Scarpaleggia, a IKEA Suíça estabeleceu algumas políticas que ela diz terem sido controversas na época. Uma delas foi a inclusão de dois meses de licença paternidade e opções para o trabalho de meio período em todos os níveis da organização. Ela explicou que essas políticas não tiveram nenhum impacto negativo nos negócios e, de fato, a empresa é muito bem cotada como um dos melhores lugares para se trabalhar na Suíça.
Um bom ano para a Suíça
Durrer argumenta que foi um bom ano para a igualdade de gênero na Suíça. Isso inclui a aprovação da lei de equidade salarial entre homens e mulheres, que veio três anos depois de ter sido introduzida. Além do trabalho do Departamento Federal de Igualdade de Gênero com o setor privado, Durrer diz que “é muito importante que o setor público mostre o caminho e seja exemplar”.
No nível cantonal (estadual), existe agora um acordo para os governos locais se comprometerem a pagar os homens e as mulheres de forma igualitária, e todas as empresas que recebem um contrato público também devem respeitar esse compromisso.
Umathevan, que veio para a Suíça como refugiada do Sri Lanka aos dois anos de idade, vê a chave para promover a igualdade de gênero ao liberar as vozes de mulheres jovens para que elas possam lutar por seus próprios direitos. “Há tantos estereótipos quando se trata de mulheres líderes. Temos que quebrar essas barreiras e isso começa com as moças e os rapazes”.
Embora ainda haja um longo caminho a percorrer, Durrer diz que o país está fazendo progressos significativos e que seu “maior desejo seria que a Suíça vencesse essa corrida”.
Iniciativa do WEF sobre a igualdade LGBTI
O Fórum Econômico Mundial lançou uma nova Parceria para a Igualdade Global LGBTILink externo. A iniciativa visa levar as empresas a promover uma maior inclusão no local de trabalho para os membros de um amplo espectro de sexualidade e identidades baseadas em gênero. Empresas multinacionais como Accenture, Deutsche Bank, EY, Mastercard, Microsoft, Omnicom e Salesforce são a força fundadora por trás desse esforço.
Adaptação: Fernando Hirschy
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