Escolas suíças vivem dificuldades
Cortes nas despesas públicas dificulta cada vez mais a vida das escolas suíças no exterior. De 2004 a 2007 subvenções serão reduzidas em 12%.
Reunidos no encontro anual na Suíça, diretores de escolas discutem saídas como rentabilizar seus caixas através da mensalidade. Trunfo é ensino de qualidade e plurilíngüe.
De Lima até Hong-kong, as 16 escolas suíças estão representadas em quatro continentes. No total, 250 professores são resposáveis por 6.500 crianças, duas mil delas suíças.
Durante o encontro anual em Ittingen, no cantão de Turgóvia, diretores dessas instituições trocaram informações pedagógicas e debateram os problemas atuais como a difícil situação financeira de muitas delas.
Programa se internacionaliza
“No passado as famílias vinham da Suíça, ficavam alguns anos no exterior e depois retornavam. Hoje em dia elas vêm de Londres, ficam quatro anos no país e depois se mudam para Sydney, na Austrália, ou outros lugares. Elas desejam apenas um programa de ensino internacional”, conta Derrick Widmer, presidente do Comitê de Escolas Suíças do Exterior.
Ao invés dos diplomas tradicionais de conclusão do ensino médio como o “Schweizer Matura”, as escolas suíças estão oferecendo também o chamado “Baccalaureat”, um certificado reconhecido internacionalmente. O conteúdo do programa permanece suíço: o material de ensino é enviado pelos cantões e são subvencionados pelo governo federal.
Os cantões, que funcionam como padrinhos de cada uma das escolas suíças no exterior, apóiam as instituições não apenas de forma administrativa, mas também pedagógicamente.
Uma vez por anos, os diretores viajam à Suíça para debater sobre os desenvolvimentos no setor e também sobre problemas mais práticos, como a questão das finanças.
Finanças
Um tema debatido no encontro desse ano foi problema crônico de falta de dinheiro. E este deve piorar nos próximos anos. “As subvenções federais serão reduzidas no período de 2004 a 2007 em 12%, chegando a 16,5 milhões de francos”, explica Widmer.
Durante a reunião em Ittingen, alguns diretores apresentaram sugestões práticas para contornar a falta crescente de verbas. Algumas escolas decidiram se transformar em empresas de ensino, rentabilizando seu caixa através da cobrança de mensalidades. Outras reduziram drasticamente os salários dos professores suíços.
Ensino do alemão
O ensino do alemão como língua estrangeira foi outro tema do encontro. “A questão não é ensinar o idioma, mas saber se ele sendo importante para o futuro das crianças”, afirma Widmer.
Cerca de 80% dos alunos das escolas suíças no exterior vêm dos próprios países onde elas estão instaladas. Além de aprender o alemão desde os primeiros anos escolares, as crianças também recebem aulas de inglês.
Método
As experiências realizadas pelos professores no exterior também podem ser aproveitadas na Suíça. Um exemplo está no ensino de idiomas estrangeiros. “As escolas suíças ensinam mais cedo línguas aos seus alunos”, afirma Widmer.
Em muitas dessas instituições, as crianças começam a aprender alemão ou inglês já no jardim-de-infância. Na Suíça mesmo o aprendizado do alemão correto é um problema para muitos alunos, pois estão habituados a falar dialetos ou outros idiomas, no caso dos filhos de imigrantes.
Futuro na Ásia
Widmer gostaria de abrir novas escolas suíças no mundo. “Talvez em Moscou, Xangai ou em Mumbai”, suspira o dedicado professor. Porém a lei determina que uma escola só pode ser aberta em locais onde existam comunidades suíças, dispostas a realizar os primeiros investimentos.
Esse é o primeiro passo para a autorização de subvenções do governo federal suíço.
swissinfo com agências
As subvenções suíças serão reduzidas em 12% entre 2004 e 2007.
Elas serão de 16,5 milhões de francos por ano em 2007.
O Departamento Federal da Cultura subvenciona as escolas suíças em 30%.
O governo federal apóia 17 escolas suíças no exterior.
As escolas são laicistas e sem fins lucrativos.
Em alguns casos, o governo federal suíço apóia crianças de suíços do estrangeiro pagando parte ou integralmente suas despesas escolares.
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