Industrial doa 100 milhões à Universidade de Fribourg
A Universidade Fribourg recebeu uma doação de 100 milhões de francos suíços de um industrial da região, Adolphe Merkle. É a maior doação particular a uma instituição de ensino superior na Suíça.
A soma permitirá criar, a partir do ano que vem, um instituto de pesquisa em nanotecnologia de materiais.
A secretária da Educação do cantão de Fribourg, Isabelle Chassot, e o reitor da universidade, Guido Vergauwen manifestaram sua satisfação após o anúncio da doação.
O Instituto Adolphe Merkle (AMI) será integrado à Faculdade de Ciências da Universidade de Fribourg. Ele não será ativo somente em pesquisa fundamental, mas terá colaborações diretas com a indústria e com as pequenas e médias empresas (PME) para mandatos de pesquisa a curto prazo.
O novo instituto terá quatro disciplinas, afirmou Peter Schurtenberger, seu futuro diretor.
Mais competitividade
O instituto deverá iniciar suas atividades em 2008. Uma maior aproximação entre a pesquisa e a indústria vai contribuir para melhorar a competitividade do cantão de Fribourg, graças à divulgação internacioal do instituto, sublinhou Isabelle Chassot.
A Fundação Adolphe Merkle apoiará as atividades do “Fribourg Center for nanomaterials”, criado no ano passado depois de uma primeira doação de Adolphe Merkle.
As nanopartículas permitem reforçar as propriedades dos materiais. Sua aplicação ocorre nas mais diversas áreas como a medicina ou a biologia.
«Devolver a Fribourg»
Adolphe Merkle nasceu em 1924 em Guin, na parte germanófona do cantão (que é bilíngue françês-alemão) e fundou, em 1952, a empresa de aparelhos de medição e controle Vibro-Meter.
Ele desenvolveu a empresa durante mais de 40 anos antes de vendê-la a um investidor suíço no início dos anos 90.
Doutor em Economia desde 1950, Adolphe Merkle recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Fribourg, em 2003. Com essa doação ele pretende “devolver alguma coisa a Fribourg”.
Sua fundação vai ainda investir na criação de uma cadeira de ensino de administração da inovação e transferência de tecnologia e em um novo institituto de pesquisa e ensino do plurilingüísmo.
Também criará um prêmio de 500 mil francos, atribuído de três em três anos a uma personalidade ou uma organização de destaque excepcional nas áreas científica, cultural, social e econômica.
swissinfo com agências
Na Suíça como em outros países ocidentais, o financiamento privado de institutos e cadeiras universitárias é cada vez mais importante para completar o orçamento público e melhorar a competitividade das escolas. Certas questões, como a independência das pesquisas, subsistem.
No total, em universidades e empresas, o financiamento da pesquisa e desenvolvimento na Suíça provêm em quase 70% do setor privado. Essa proporção tende a aumentar, segundo a Divisão Federal de Estatísticas.
A porcentagem de financiamento privado para atividades equivalentes é de 50% na França, 67% na Alemanha, 64% nos Estados Unidos e de quase 75% no Japão (dados de 2004).
O nanomundo é o do átomo e da molécula. É uma escala em que as propriedades físicas e químicas dos materiais pode variar radicalmente. Exemplo: na forma de nanotubo, o carbono e o grafite tornam-se mais resistentes do que o aço.
Os nanomateriais podem, por exemplo, ser autolimpos ou mais resistentes. A miniaturalização também pode tornar os medicamentos mais eficazes.
Oficialmente, o governo suíço considera que os nanomateriais são uma oportunidade considerável para a Suíça, tanto do ponto de vista científico que econômico e social (saúde, proteção ambiental etc).
Essas novas perspectivas tecnológicas também têm riscos ainda mal conhecidos, que provocam debates entre os cientistas. As principais preocupações são sobre o impacto ambiental e suas interações dessa tecnologia com os seres vivos.
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