Universidades custaram 5,5 bilhões em 2004
Nas dez universidades e nas duas escolas politécnicas federais suíças investe-se mais em presquisa (53%) do que em formação.
Mas os dados divulgados pela Conferência Universitária Suíça ainda são provisórios porque faltam dados precisos das pesquisas realizadas nos hospitais universitários.
Os dados divulgados quinta-feira (20/4) são os primeiros depois de introduzido o projeto de contabilidade analítica lançado em 1999 pela Conferência Universitária Suíça (CUS) e aplicado às dez universidades e às duas escolas politécnicas.
As universidades são cantonais (estaduais) e as politécnicas de Zurique e Lausanne são federais.
Fazem parte da CUS os secretários estaduais da Instrução Pública e o secretário federal para Educação e Pesquisa.
Em dados exatos, as doze instituições custaram 5,425 bilhões de francos suíços em 2004. As pesquisas absorveram 53% dos recursos, totalizando 2,87 bilhões; 1,46 bilhão foram aplicados em formação.
Esses dados confirmam a importância da pesquisa e seu efeito positivo estímulo da renovação e da qualidade do ensino, afirmou a presidente da CUS, Regine Aeppli.
Esse “primeiro passo para a transparência” sustenta a reivindicação da CUS de um aumento da subvenção às universidades de 6% por ano para o período 2008-2011, acrescentou a secretária da Instrução Pública de Zurique.
Será necessário um reequilíbrio porque “a diversidade de custos no ensino superior é muito grande”, declarou Charles Kleiber, secretário de Estado para Educação e Pesquisa. Isso não quer dizer que certas formações são caras demais, mas que os números devem lançar a discussão em cada universidade e possibilitar escolhas conscientes, precisou Kleiber.
Faltam dados da Medicina
No entanto, a comparação ainda está incompleta porque os dados precisos da Medicina só ficarão prontos dentro de dois anos. Por enquanto, só foram contabilizados parte dos gastos do ensino e pesquisa nos hospitais universitários.
Enquanto isso, nota-se o desequilíbrio entre as ciências exatas, naturais e técnicas (2,576 bilhões) e as ciências humanas e sociais (1,503 bilhão) que têm o dobro de estudantes.
De fato, os custos são inferiores quando a taxa de enquadramento é baixa, o que é o caso das ciências humanas e sociais com um professor para 82 alunos na formação de base. Em ciências exatas, a proporção é de um professor para 15 alunos.
Por sua vez, a Conferência de Reitores das Universidades Suíças (CRUS) pede às autoridades políticas um esforço para melhorar o enquadramento em ciências humanas e sociais, de acordo com o presidente da CRUS, Jean-Marc Rapp, reitor da Universidade de Lausanne. Ele explica que as humanas têm déficit de pesquisa e que um melhor enquadramento possibilitaria reduzi-lo.
A pesquisa é realmente é mais honerosa em ciências exatas, naturais e técnicas (61%) do que humanas e sociais (38%). Em números absolutos, uma é quase o triplo da outra.
Silvicultura é cara demais
O custo por estudante varia de 111.500 francos para a graduação em agricultura e silvicultura a 12.500 francos em direito. Em ciências naturais, exatas, engenharia mecânica e engenharia elétrica, passa de 60 mil francos por aluno. Abaixo de 20 mil francos estão ciências sociais, economia, história e artes.
A formação mais cara é diferente para cada área e em cada universidade. Não se pode concluir, portanto, que uma é mais cara que a outra, afirma Regine Aeppli.
Por questões de método, não é possível fazer comparações entre universidades. A CUS sublinha que os dados agora divulgados constituem uma etapa intermediária. Ela promete apresentar novos resultados até o final deste ano.
swissinfo com agências
10 universidades e 2 escolas politécnicas custaram
5,425 bilhões de francos suíços, em 2004
2,87 bilhões foram aplicados em pesquisa e
1,46 bilhão em formação.
– Duas instâncias elaboram e aplicam a política universitária na Suíça:
a Conferência Universitária Suíça (CUS), é formada pelos secretários cantonais da Instrução Pública e pela Secreria Federal de Educação e Pesquisa;
a Conferência dos Reitores das Universidades Suíças (CRUS).
– As universidades são públicas e cantonais (estaduais) e as duas escolas politécnicas (Zurique e Lausanne) são federais.
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