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Em busca do animal “vetor” do coronavírus

(ARQUIVOS) Nesta fotografia de arquivo tirada em 8 de fevereiro de 2020, mostra um vendedor vendendo morcegos no mercado Tomohon Extreme Meat na Ilha de Sulawesi afp_tickers

Do pangolim ao furão-texugo, passando pela cobra, a busca pelo animal que transmitiu o coronavírus ao homem permanece em aberto após o último estudo de especialistas chineses e da OMS, que não deixa claro qual deles atuou como vetor na doença.

– O morcego –

Os cientistas rapidamente acusaram o morcego de estar na origem do coronavírus quando ele surgiu no final de 2019.

Um estudo genético publicado no jornal da Academia Chinesa de Ciências em janeiro de 2020 descobriu que o coronavírus, detectado na cidade chinesa de Wuhan, estava intimamente relacionado a uma variante existente nos morcegos, que seria o “hospedeiro nativo”.

Mas, na verdade, os morcegos são hospedeiros de muitas outras variantes do coronavírus.

Os cientistas ressaltam, porém, que a covid-19 deve ter sido transmitida por alguma outra espécie, ainda não identificada, conhecida como “hospedeiro intermediário”.

Embora o estudo de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e pesquisadores chineses, a qual a AFP teve acesso nesta segunda-feira, considere uma transmissão direta entre morcego e homem “possível”, opta pela teoria de que o vírus foi transmitido por outro animal intermediário que ainda não foi identificado.

– A cobra –

Um estudo publicado pouco depois no Journal of Medical Virology identificou as cobras como possíveis intermediários. Mas a hipótese foi rapidamente descartada por outros especialistas convencidos de que o vetor é provavelmente um mamífero, como no caso da SARS, que era uma civeta, um pequeno mamífero muito apreciado na China por sua carne.

– O pangolim –

Pesquisadores da Universidade de Agricultura do Sul da China apontaram em fevereiro de 2020 que o mamífero escamoso ameaçado de extinção, o pangolim, pode ser o “elo perdido” entre os morcegos e os humanos.

Este insetívoro noturno foi um dos animais selvagens que foram vendidos no mercado Huanan na cidade de Wuhan, com o qual os primeiros casos da covid-19 estão relacionados.

– Gatos e cachorros vulneráveis –

No final de fevereiro de 2020, um cão doméstico foi colocado em quarentena em Hong Kong após um teste “moderadamente positivo” para o coronavírus depois que seu dono contraiu a doença.

Nos meses seguintes, ocorreram casos de infecções em cães e gatos, embora fossem muito poucos, todos supostamente infectados pelos seus donos.

Casos em furões e hamsters, assim como tigres e leões em cativeiro também foram relatados.

Mas os cientistas apontaram que esses animais domésticos, mesmo que estejam infectados, não podem reinfectar os humanos.

– Vison sob suspeita –

A suspeita também caiu sobre os visons, que são criados por sua valiosa pele.

Em 20 de maio, as autoridades holandesas disseram que esses pequenos mamíferos poderiam ter transmitido o coronavírus a um trabalhador de uma fazenda de visons na Holanda.

Em 26 de maio, a OMS disse que trabalhadores holandeses supostamente infectados por um vison podem ser os primeiros casos conhecidos de transmissão de animal para humano.

Em outros países da União Europeia, como Dinamarca, França, Grécia, Itália, Lituânia, Espanha e Suécia, assim como nos Estados Unidos, casos de covid-19 foram detectados em fazendas de visons.

Em julho, dezenas de milhares desses animais foram abatidos na Holanda e cerca de 100.000 em uma fazenda em Aragão, Espanha.

O governo dinamarquês ordenou o massacre de mais de 15 milhões de visons no início de novembro.

Copenhagen alertou que a mutação através do vison, conhecida como “Grupo 5”, poderia ameaçar a eficácia de uma futura vacina.

– O texugo, coelho ou guaxinim –

O vison, o pangolim … mas também o coelho, o guaxinim, o gato doméstico, a civeta ou o texugo. Há uma infinidade de possíveis “hospedeiros intermediários” no último relatório dos especialistas chineses e da OMS. Chegam a citar outras hipóteses, como transmissão por carne congelada.

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