Emirados prendem três pessoas ligadas ao assassinato de rabino israelense
Os Emirados Árabes Unidos anunciaram, neste domingo (24), a prisão de três pessoas ligadas ao assassinato do rabino israelense Tzvi Kogan, depois de o governo israelense ter condenado um ato de “terrorismo antissemita”.
Kogan, um rabino de 28 anos com dupla nacionalidade israelense e moldava, viveu nos Emirados Árabes Unidos (EAU) como representante do Chabad-Lubavich, um movimento hassídico ultraortodoxo que busca fortalecer a identidade judaica e aproximar os judeus do mundo todo à sua religião.
“O Ministério do Interior anunciou que as autoridades dos Emirados prenderam em tempo recorde os três autores envolvidos no assassinato” de Tzvi Kogan, informou a agência de notícias oficial WAM em comunicado.
O ministério emiradense descreveu Kogan como “um cidadão moldavo, conforme indicado nos seus documentos de identificação no momento da sua entrada nos Emirados Árabes Unidos, onde vivia como residente”.
Kogan foi dado como desaparecido esta semana e, antes deste anúncio, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que as autoridades dos Emirados haviam encontrado seu corpo.
A sua morte “é um ato de ódio de terrorismo antissemita”, denunciaram o gabinete de Netanyahu e o Ministério das Relações Exteriores de Israel em um comunicado conjunto.
“O Estado de Israel usará todos os meios à sua disposição para garantir que a justiça seja feita e que os responsáveis pela sua morte sejam punidos”, disse Netanyahu.
Em Washington, a Casa Branca classificou a morte de Kogan como um “crime horrível” e pediu que os perpetradores sejam responsabilizados.
Ainda não há detalhes sobre as circunstâncias da morte de Kogan, nem sobre os suspeitos detidos ou suas possíveis motivações.
Tzvi Kogan foi “morto por terroristas após ser sequestrado na quinta-feira”, disse Chabad-Lubavich na rede social X.
Os Emirados Árabes Unidos são um dos países árabes que normalizaram as suas relações com Israel com os Acordos de Abraão em 2020, promovidos pelos Estados Unidos durante a presidência do republicano Donald Trump.
Um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que espera que o corpo seja repatriado na segunda-feira para sepultamento.
As autoridades israelenses reiteraram a recomendação aos seus cidadãos para evitarem qualquer viagem não essencial aos Emirados e aconselharam aqueles que se encontram no país a tomarem precauções extras.
Nos Emirados Árabes Unidos, há uma grande população de estrangeiros que trabalham neste Estado rico em petróleo. No ano passado, foi inaugurado em Abu Dhabi um templo inter-religioso que abriga uma mesquita, uma igreja e uma sinagoga.
Não há registro exato do número total de judeus que residem nos Emirados, mas a organização do World Jewish Congress estima que existam entre 500 e 3.000.
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