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Órgão pede reforma radical da agricultura suíça

A política agrícola suíça é cada vez mais contestada. Keystone

A fundação "Futuro Suíço" (Avenir Suisse) reclama uma mudança de orientação da agricultura e o descompromisso do Estado, em estudo divulgado quinta-feira (23.11).

No mesmo dia, a Secretaria Federal da Agricultura (OFAG) divulgou seu relatório anual constatando que a renda dos agricultores diminuiu em 2005.

Apresentada como nova, a visão de Futuro Suíço para a agricultura é exposta em um estudo denominado “o camponês liberado”…

Em resumo, a Fundação tida como um “centro de idéias” para a economia suíça pede uma reforma radical do setor. Daqui a 15 anos, ele quer que sejam eliminadas as tarifas alfandegárias e toda forma de subenção.

O órgão defende também mudanças no sistema de pagamentos diretos aos agricultores e o fim do direito às subvenções por zonas não cultivadas.

Essa mudança de orientação deve ser dirigida pelos empresários agrícolas e o Estado teria apenas a incumbência de criar as condições legais, afirma Futuro Suíço

Preços mais baixos

A grande vantagem, para o órgão, é uma “queda sensível” dos preços dos gêneros alimentares na Suíça. Os meios utilizados nas diversas formas de subvenção atualmente poderiam ser utilizados para outros fins como o planejamento territorial, por exemplo.

Futuro Suíço negar querer influenciar a política agrícolo 2011, um plano do governo federal. O objetivo seria então provocar uma discussão aprofundada sobre o futuro da agricultura depois de 2010.

Uma agricultura mais competitiva

Esse conjunto de propostas surge quando o projeto de política agrícola 2011 (PA 2011) está em discussão no Parlamento.

Através doPA 2011, contestado pelos agricultores, o governo pretende tornar a agricultura mais competitiva. De que maneira? Divindindo por dois as subvenções destinadas ao mercado interno, eliminando progressivamente as subvenções à exportação, aumentando os pagamentos diretos aos produtores.

«Estereótipos liberais»

Entre as reações – geralmente negativas – às propostas de Futuro Suíço, a União Suíça de Agricultores (USP) considera que o estudo “é uma análise de desafios, cheia de erros.”

“O livro tem poucas idéias novas e não apresenta soluções viáveis ne perspectivas econômicas para a agricultura, apenas estereótipos liberais”, segundo a maior organização de agricultores do país.

Também nesta quinta-feira (23.11) a Secretaria Federal da Agricultura (OFAG)- órgão do Ministério da Economia – divulgou o relatório do setor para 2005, ano considerado médio.

Ligeira redução antecipada

As despesas federais para a agricultura e a alimentação diminuíram de 131 milhões de francos suíços entre 2004 e 2005, precisa o relatório. Mesmo assim, as despesas com o setor representam 7,3% das despesas gerais da Confederação Helvética.

A renda agrícola anual por propriedade foi de 54 mil francos suíços, segundo o relatório. Foi 6 mil francos a menos do que em 2004, então considerado como muito bom. A renda de 2005 foi mais ou menos equivalente às de 2001 a 2003.

No total, a renda dos agricultores no país inteiro foi de 2,7 bilhões de francos suíços. Conforme as primeiras estimativas, ela deverá diminuir ligeiramente este ano.

Forte crescimento das exportações

Se as taxas de auto-suficiência da Suíça permanece estável (60%), o relatório constata que, entre 2000 e 2005, o comércio externo teve um forte crescimento.

As exportações aumentaram de 25% (total de 4,4 bilhões), progressão atribuída a melhoria da competitividade da agricultura suíça.

A ecologia também saiu reforçada desse período, conforme o relatório da OFAG. O uso de adubos químicos diminuiu e os animais foram melhor tratados.

Na Suíça, quase 11% da areá agrícola é explorada atualmente com critérios da agricultura biológica.

swissinfo com agências

– A Suíça começou a reformar sua agricultura a partir de 1993. Até aí, o Estado garantia uma certa renda dos agrcultores comprando o excedende da produção. O setor agrícola suíço é um dos mais protegidos do mundo, comparado ao do Japão.

– As subvenções à produção foram substituídas pelos pagamentos diretos, pelos quais o Estado retribui os agricultores por suas prestações em favor da coletividade. Recebem, por exemplo, pela manutenção da paisagem.

– Também foram introduzidos pagamentos diretos ecológicos para os produtores que praticam a agricultura biológica.

– Além do aspecto ecológico, o objetivo e tornar a agricultura suíça mais competitiva, reduzindo as subvenções ao mercado. A PA 2011, em discussão no Parlamento, inclui, por exemplo, a eliminação dos subsídios à exportação.

Em 2005, o setor agrícola empregava 188 mil pessoas.
Em 1990, eram 255 mil.
Em 1990, as despesas da Confederação para o setor agrícola e de alimentação eram de 2,6 bilhões de francos suíços.
Em 2005, totalizaram 3,9 bilhões ou 7,5% do orçamento federal.
Entre 2000 e 2005, as importações aumentaram de 10%, num total de 9,4 bilhões de francos. As exportações subiram 25%, totaliizando 4,4 bilhões de francos.
Em 2005, a agricultura correspondia a 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

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