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“Bachelor of Science” em hotelaria

Vista panorâmica da Escola de Hotelaria de Lausanne (foto: EHL) EHL

O principal curso da EHL intitula-se Altos Estudos em Hotelaria e Profissões do Receptivo, que confere o título de “Bachelor of Science”.

Geralmente dura 4 anos e meio, incluindo 2 semestres de estágio, intercalados e não consecutivos.

Esse curso, que pode ser seguido em francês ou em inglês, tem como característica principal começar pela prática. É o que chamam de “formação prévia” ou “módulo profissional”, com duração de 1 ano.

Na primeira etapa, de seis meses, o estudante aprende os elementos básicos da vida de um hotel.

Muita prática, pouca teoria

Ele é então confrontado a tarefas que podem assustar, como atuar na cozinha de um restaurante em funções elementares como preparar legumes, trabalhar na lavanderia ou na limpeza de quartos.

A estudante brasileira Carolina de Lacerda que já passou por isso lembra que o aluno vai aprendendo a trabalhar em cada departamento da Escola: “Não se escapa nem de lavar pratos ou panelas…”.

Em suma, é um período de muita prática e pouca teoria. E uma verdadeira imersão no mundo hoteleiro. Uma maneira como outra, de mais tarde, saber valorizar o trabalho de subalternos.

Muita teoria, menos prática

Na segunda parte dessa “formação prévia” de um ano, o aluno tem que fazer um estágio de seis meses, em qualquer parte do mundo. (A esse respeito, a brasileira Maria Antonia Grassi Byrne fez o primeiro nos Estados Unidos e, o segundo, na China, sem nada entender de mandarim! E não se arrependeu).

Os estudos acadêmicos, com muito mais teoria portanto, duram 7 semestres. São então abordadas matérias ministradas em faculdades de administração de empresas, com maior destaque para as que se relacionam com administração hoteleira.

O estágio prático realizado exatamente no meio dessa formação acadêmica – ou seja, no quarto semestre – não precisa ser necessariamente em hotéis. Pode ser realizado em restaurante, em cruzeiros, empresas de consultoria… no setor de marketing, contabilidade ou recepção.

Consultoria

Como em qualquer faculdade, há as apresentações de projetos, de trabalhos próprios, coletivos ou individuais. “A maioria dos trabalhos é em equipe, porque você precisa saber trabalhar em grupo”, diz Carolina de Lacerda, sintonizada com a filosofia da EHL.

Destaca ainda que no último semestre há um trabalho de consultoria em grupo, que propõe solução de problemas de verdade, apresentados por empresas da região.

Mas para concluir o curso é preciso apresentar uma “memória” (longa dissertação sobre assunto acertado entre o estudante e o professor). Trabalho que o aluno deve defender diante do professor e um assistente.

Todos os detalhes sobre este curso – em francês e inglês – você pode encontrar no site mencionado da EHL (www.ehl.ch).

Uma opção: o programa intensivo

Quem não queira passar 4 anos e meio nos bancos da EHL e tenha pressa de conhecer rapidamente diferentes aspectos do gerenciamento de um hotel, o estabelecimento ministra – também em francês ou inglês – durante 1 ano e meio, o curso intitulado “Management of Hotel Operations” que poderíamos traduzir por Administração Comercial Hoteleira.

No curso o aluno aprende o indispensável para atuar como gerente ou chefe de departamento de um hotel. Essa formação que é apresentada como “rigorosa e prática” engloba o essencial do ensino relacionado com cozinha, serviços, limpeza, gestão… ou seja, tudo o que se refere à vida hoteleira ou, “aos aspectos operacionais do gerenciamento de um hotel”.

Os dois primeiros semestres são realizados na escola. E uma vez aprendida a teoria e a prática indispensável à profissão, o aluno deve fazer um semestre de estágio em empresa do ramo: hotel, restaurante, etc.

Esse diploma em Management of Hotel Operations (ou Gestion d’exploitation hôtelière, em francês), seria “muito procurado pelos profissionais da indústria hoteleira no mundo inteiro”.

A EHL oferece ainda outras possibilidades, inclusive uma pós-graduação em Administração Hoteleira e nas Profissões do Receptivo”, que dura um ano e meio.

swissinfo, J.Gabriel Barbosa

CIFRAS SOBRE A EHL

– Fundação: 1893
– Área: 5 hectares.
– Estudantes*: 1377 estudantes de 73 nacionalidades diferentes (49% de mulheres)
– Professores e instrutores: 94 e 13 resp.
– Salas de cursos: 49
– Cozinhas: 8
– Restaurantes 5 (+ 1 sala de degustação)
– Biblioteca: 7.900 volumes (+ 700 K7 e CD-rom, + 130 jornais e revistas do ramo).
– Orçamento anual: CHF 46.5 mio (o dobro em relação a 1998).
(Fonte EHL)

*Note que há número expressivo de estudantes brasileiros: 27 que utilizam o passaporte verde-amarelo. Cifra que não inclui necessariamente os que têm nacionalidade dupla. A maioria vem de São Paulo e Rio de Janeiro.

PROCEDÊNCIA DOS ESTUDANTES (de 74 países)

– Suíça 37%
– França 21%
– Alemanha 6%
– Europa Ocidental (menos os 3 países mencionados) 16%
– Europa Oriental 3%
– Nordeste Asiático 4%
– Sudeste Asiático 4%
– América do Norte 4%
– América Central e do Sul 2%
– África 2% – Oriente Médio 1%

(Fonte EHL)

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