China está aberta às propostas suíças
O ministro suíço da Economia, Joseph Deiss, acompanhado de uma delegação de empresários, encerra uma viagem à China terça-feira (19.7).
Em entrevista a swissinfo ele afirma seu otimismo prudente nas perspectivas econômicas entre os dois países.
Além da aliança estratégica com a União Européia, da qual a Suíça não é membro, recentemente o governo decidiu por uma maior aproximação com a Ásia e os Estados Unidos. É o que explica as viagens sucessivas do ministro da Economia, Joseph Deiss, à China e aos Etados Unidos.
Acompanhado de uma delegação de empresários, desde quinta-feira na China, o ministro foi recebido pelo vice-primeiro ministro Zeng Peiyan e pelo ministro do comércio Bo Xilai, em Pequim.
Esteve também em Xangai, onde várias empresas suíças abriram sucursais. Algumas se queixaram dos problemas de violação dos direitos à propriedade intelectual e de entraves ao comércio.
A visita à China termina terça-feira (19) e o ministro suíço viajará diretamente para Washington. Entre essas duas viagens importantes, Joseph Deiss deu a seguinte entrevista a swissinfo:
swissinfo: Quais as principais impressões que o sr. teve dessa viagem à China?
Joseph Deiss: De modo geral, acho que o governo chinês está disposto a ampliar suas relações econômicas com nosso país. As autoridades chinesas prometeram abordar e estudar todas as questões colocadas por nossa delegação e encontrar soluções futuras.
As relações entre a Suíça e a China são excelentes e ambas as partes querem intensificá-las.
swissinfo: Porque o mercado chinês é tão atrativo para as emrpesas suíças?
J.D.: É um mercado enorme e desenvolve-se rapidamente. No ano passado, o volume das trocas comerciais entre os dois países passou de 5 bilhões de francos suí4os. O potencial de desenvolvimento é, portanto, muito interessante para as empresas suíças, não somente no setor de máquinas mas também na indústria química e farmacêutica, o setor bancário e o turismo.
swissinfo: Durante a visita o sr. falou do interesse da AELE(Suisse, Norvège, Islande, Liechtenstein) em negociar um acordo de livre coméricio. Existe um calendário para isso?
J.D.: Eu realmente fiz esse proposta em nome dos outros países da Associação Européia de Livre Comércio (AELE), para saber se a China aceitaria um protocolo de acordo para começar a negociar um eventual acordo de livre comércio.
Estamos apenas no início das discussões e ainda é muito cedo para falar de negociações. Mas a reação do ministro do Comércio, Bo Xilai, foi muito positiva e o governo chinês parece disposto a estudar a possibilidade.
As próximas semanas dirão qual será o calendário realista para eventuais negociações. Atualmente, não somos apenas nós os que pretendem liberalizar as relações com a China para beneficiar de seu enorme potencial.
Pequim parece realmente interessada num acordo e acho que a Suíça pode beneficiar-se de sua imagem positiva junto aos ministros e funcionários do governo chinês. Estamos entre os primeiros a estabelecer relações diplomáticas com a China, 55 anos atrás.
swissinfo: A próxima etapa da viagem é Washington. Aux Etats-Unis, onde o sr. também vai sondar a possibilidade de um acordo. O que a Suíça tem a oferecer?
J.D.: Meu objetivo é encontrar autoridades do governo e do congresso e fazer um balanço dos diferentes aspectos de nossas relações diplomáticas.
Faz muuito tempo – seis anos – que um ministro suíço da Economia não vai aos Estados Unidos, segundo comercial nosso, depois da União Européia.
Um acordo de livre comércio é uma opção. Queremos saber se existe o interesses em possíveis negociações. Acho que a Suíça é um parceiro comercial importante para os estadunidenses mas também um investidor. Os investimentos suíços nos Estados Unidos são de aproximadamente 80 bilhões de francos.
swissinfo: Suas visitas sucessivas à China e Estados Unidos podem ser vistas como uma mudança da política estrangeira? étrangère et économique de la Suisse. O intreresse pala União Européia diminui?
J.D.: Essas viagens são simplesmente a conseqüência lógica de uma diversificação manifestada pelo governo suíço. Nosso objetivo principal continua a liberalização do comércio através da OMC (Organização Mundial do Comércio) e com a UE como nosso parceiro principal.
Precisamos de condições favoráveis com a UE para nossas relações econômicas. Por isso é importante os cidadãos suíços aceitarem a extensão dos acordos de livre ciruculação das pessoas aos dez novos membros da UE, nas votações de setembro.
A Suíça sempre defendeu uma visão universal do comércio, baseada em suas relações bilaterais. Por isso é crucial manter contatos regulares com nossos parceiros mais importantes como os Estados Unidos.
Entrevista swissinfo: Urs Geiser
adaptação: Claudinê Gonçalves
A China é o segundo parceiro comercial da Suíça na Ásia, depois do Japão.
270 empresas suíças são ativas na China, onde empregam 55 mil pessoas.
A Suíça é o 15° investidor estrangeiro na China, com 5 bilhões de francos.
O 1° parceiro comercial da Suíça é a UE, seguido pelos Estados Unidos.
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