COI quer ampliar luta contra apostas ilegais
O Comitê Olímpico Internacional tenta ampliar a luta contra as apostas ilegais que manipulam resultados esportivos. O fenômeno é relativamente recente, mas ganha proporções alarmantes
Um grupo de trabalho foi criado na primeira reunião entre representantes de governos, organizações internacionais e instituições de apostas legais terça-feira (1° de março) na sede do COI, em Lausanne. O ministro suíço da Defesa e Esportes, Ueli Maurer, estava presente.
O objetivo dessa primeira reunião era trocar conhecimentos, reforçar a cooperação e criar um dispositivo permanente de troca de informações. O COI reconhece que as loterias oficiais são úteis para o desenvolvimento do esporte.
O problema é que as apostas ilegais, principalmente na internet, manipulam somas astronômicas, influenciam resultados através da compra de árbitros e de atletas e nada trazem de benefício ao esporte.
Combate em cada país
O grupo de trabalho criado na reunião do COI teve representantes do movimento esportivo, de governos, de organizações internacionais e de empresas de apostas legais. Estas, evidentemente, têm interesse em lutar contra os apostadores ilegais, que só podem ser combatidos no plano nacional.Vários pontos pontos a serão examinados pelo grupo de trabalho, entre eles:
– Estudar todos os meios de proteger a integridade dos atletas e das competições esportivas.
– Estudar diferentes sistemas existentes, leis nacionais, sistemas de autorregulação e cooperação transfronteiriça eficaz.
– Definir sistemas de aplicação de leis e de repressão e medidas preventivas de educação.
“A reunião é parte de um processo contínuo que vai solicitar muitos outros países, organizações internacionais e parceiros olímpicos”, disse o presidente do COI, Jacques Rogge, em coletiva à imprensa. Representantes de vários países, das Nações Unidas e da Interpol (polícia internacional) participaram da reunião.
Ao contrário de outras grandes federações esportivas, o COI começou a lutar contra o problema das apostas ilegais no esporte há cinco anos. O código de ética do COI foi emendado em 2006, proibindo a todos os participantes dos Jogos Olímpicos de apostar nas provas olímpicas. Foi criada uma campanha para sensibilizar a população a preservar a integridade do esporte.
Perigo asiático
Em declaração-cojunta divulgada ao final do encontro, os presentes se comprometeram a lutar contra as apostas ilegais.
De acordo com o jornalista canadense Declan Hill, especialista do assunto e que esteve sexta-feira passada (25/2) no COI, a principal ameaça vem das máfias asiáticas que movimentam bilhões de dólares por ano em apostas na internet. (Leia matérias relativas).
Com tais recursos, tecem uma rede de contatos com atletas, cartolas e árbitros de diversos esportes a fim de manipular resultados que atendam aos interesses dos apostadores.
Governos :
– Michel Barnier, comissário europeu do mercado interior e serviços.
– Mark Arbib, ministro do Esporte, Austrália
– Chantal Jouanno, ministra do Esporte, França
– Jean-François Lamour, deputado federal, França .
– Ueli Maurer, ministro suíço da Proteção da População Esporte e Defesa.
– Hugh Robertson, ministro do Esporte e dos Jogos Olímpicos, Grã-Bretanha.
Movimento esportivo :
– Giancarlo Abete, vice-presidente, CONI / FIGC – Federação italiana de futebol, Itália
– Denis Masseglia, presidente do CNO, França
– Colin Moynihan, presidente do CNO britânico, Grã-Bretanha.
– Wu Qi, vice-presidente do CNO chinês, China.
– Christian Seifert, presidente-diretor-geral do DFL (Bundesliga) e membro do CNO alemão, Alemanha.
– Denis Oswald, membro do COI, presidente da ASOIF, Suíça.
– Hein Verbruggen, membro honorário do COI, presidente de SportAccord/AGFIS
– Francesco Ricci Bitti, membro do COI, presidente da ITF, Itália.
– Patrick Baumann, membro do COI, secretário- geral da FIBA – Federação Internacional de Vôlei
– Bernard Lapasset, presidente da Federação Internacional de Rugbi.
– Marco Villiger, diretor jurídico da FIFA
– Hugh Roberts, conselheiro jurídico, IAAF
Organizações internacionais :
– Gabriella Battaini-Dragoni, diretora de Educação, Cultura, Juventude e Esporte, Conselho da Europa.
– Ronald Noble, secretário-geral, INTERPOL
– Dimitri Vlassis, chefe da Seção de luta contra a corrupção e a criminalidade econômica, da ONU crime (ONUDC).
– Philippe de Koster, presidente da Unidade de tratamento das informações financeiras da Bélgica (CTIF-CFI).
Operadores de apostas :
– Risto Nieminen, presidente da Associação Mundial de Loterias.
– Clive Hawkswood, presidente da Remote Gambling Association
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