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Comércio mais justo dá certo na Suíça

A produção artesanal na Tailândia e a embalagem Max Havelaar encontrada na Suíça. www.maxhavelaar.ch

Depois do café, mel, banana, chá, cacao, rosas e suco de laranja produzidos no hemisfério sul, a Fundação Max Havelaar está lançando no mercado suíço o arroz da Tailândia que vai beneficiar mil famílias de pequenos produtores.

Os suíços têm fama de serem discretos e pragmáticos. Preferem fazer mais e falar menos. Paralelamente aos justificados discursos sobre a desigualdade comercial entre o Norte e Sul, a Fundação Max Havelaar decidiu, em 1992, promover um comércio mais eqüitativo.

Supermercados aderiram

O princípio é comprar de pequenos produtores dos países do sul, com preços superiores e mediante certos critérios de produção, e vender nos países do norte, informando o consumidor. Os lucros são revertidos e projetos sociais que beneficiam diretamente a zona de produção.

Nos primeiros anos, os produtos eram distribuidos por uma pequena rede de lojas mas o projeto deslanchou quando as duas maiores redes de supermercados da Suíça (Migros e Coop) aderiram à idéia e passaram a vender os produtos com a etiqueta Max Avelaar.

Os dois últimos produtos lançados, suco de laranja e rosas, também são sucesso de vendas. As rosas comercializadas há menos de um ano já correspondem a mais de 8% das rosas importadas do sul pela Suíça.

Suco de laranja do Brasil e México

De avril a dezembro de 2001, foram vendidos na Suíça cerca de 1,2 milhões de buquês de rosas produzidas em 17 fazendas no Kênia, Zimbabwe e Zambia, onde trabalham mais de 8 mil pessoas, principalmente mulheres. O lucro das rosas está sendo investido na ampliação de um hospital, de uma escola e em projetos de agua potável.

O suco de laranja vem do Brasil e do México e entrou no mercado suíço há 3 anos. Em 2001, foram vendidos 3,5 milhões de litros, 20% a mais do que no ano anterior. Os lucros (100 mil francos suíços) foram investidos para pagar tratamentos dentários e registro em carteira profissional. No Brasil, o suco vem do Paraná.

O última novidade da Max Havelaar nas prateleiras dos supermercados suíços é o arroz da Tailândia. São diversas varidades producidas por mil familias agrupadas em 5 cooperativas.

Artesão e exportador

Os suíços são grandes comedores de arroz, com 5 kg por pessoa por ano, enquanto os vizinhos europeus consomem 3,5 kg. A Fundação pretende vender mil toneladas na Suíça no primeiro ano de comercialização, cerca de 5% do mercado suíço.

Apesar de produzir de maneira artesanal, a Tailândia é o maior exportador mundial de arroz, com cerca de 27% do mercado. Os tailandeses exportam 40% da produção já que consomem 110 kg por pessoa, por ano.

Do arroz consumido na Suíça, 40% provém dos Estados Unidos, 30% da Ásia (incluindo Tailândia) e 30% da Itália.

swissinfo/Claudinê Gonçalves

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