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Davos em plena efervescência

Últimos detalhes antes do início do Fórum. Keystone

As elites econômicas e políticas mundiais reúnem-se na estação alpina com o objetivo oficial de buscar curas para os males do mundo.

Iniciada nesta quarta-feira, 26, a reunião do Fórum Econômico (WEF), no gênero, o evento mundial mais conhecido.

Neste ano, 2250 participantes de 96 países debatem um tema bastante vago e abrangente: “Assumir as próprias responsabilidades diante de escolhas difíceis”.

Segundo os organizadores, uma inovação importante da atual edição consiste em uma sessão plenária interativa denominada, Global Town Hall, no sentido de reunir pessoas de diferentes opiniões para debater um tema específico. No fim, os participantes devem definir as temáticas prioritárias da agenda mundial de 2005.

“Town Hall” é uma oportunidade de reagir face às recentes modificações da agenda global, a fim de reorientá-la”, diz Ged David, diretor no WEF do Center for strategic insight.

Mas a iniciativa não convenceu os oponentes ao WEF. Para eles esse tema oficial não passa de disfarce, visando ocultar o verdadeiro e principal objetivo do encontro anual, ou seja, reunir os ricos e poderosos para fazer negócios.

Parceria entre líderes

Olhando de perto a lista dos participantes, a importância do setor business é manifesta: quase a metade vem do setor privado.

A maioria é membro do WEF, entidade que para viver depende das contribuições anuais e das taxas de inscrição para as conferências.

“Mais de 500 presidentes e diretores gerais das maiores empresas e mais de 120 firmas que figuram entre as 500 mais importantes participam ativamente”, assinala Peter Torreele, diretor de desenvolvimento e marketing do WEF.

Segundo ele, “o encontro permitirá novamente aos negócios desempenhar papel de destaque na elaboração da agenda mundial”.

Torreele e seus colegas do WEF garantem que a relevância dada ao setor negócios é deliberada. Acham que a única maneira de solucionar os mais urgentes problemas do planeta passa por uma parceria entre os mais destacados representantes mundiais do business, da política e outros líderes.

A lista de convidados desta edição de 2005 inclui também 20 chefes de estado ou de governo, 70 ministros na função do cargo, 26 líderes religiosos, 15 líderes sindicalistas e mais de 50 responsáveis por organizações não-governamentais.

A cerimônia de abertura foi conduzida por Klaus Schwab, fundador e patrão do WEF, e o presidente suíço, Samuel Schmid. Coube a abertura oficial ao primeiro-ministro britânico, Tony Blair, na qualidade de presidente do G8 (Grupo das 8 nações mais industrializadas).

A política e a cultura

Entre os outros participantes figuram o presidente da Comissão Européia José Manuel Durão Barroso, o chanceler alemão Gerhard Schroeder, o presidente francês Jacques Chirac, e o novo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

O setor do entretenimento tem igualmente presença marcante, com figuras como as legendas do rock Bono e Peter Gabriel, e estrelas de Hollywood como Richard Gere, Angelina Jolie e Sharon Stone.

Entre os temas de discussão sobressaem estratégias para erradicação da pobreza, mudanças climáticas, a situação da economia mundial, administração de empresa, proliferação nuclear e a posição do Islã no mundo.

Sábado, o ministro suíço da Economia, Joseph Deiss presidirá uma mini-cúpula entre representantes de 30 países. O objetivo anunciado é reativar as negociações comerciais, no âmbito da OMC, antes da conferência ds Hong Kong, marcada para dezembro.

Em Davos, as principais oficinas de trabalho são inacessíveis ao público. Mas o WEF acolhera uma série de 7 conferências-debate. Será uma ocasião para tratar dentro do Fórum tanto dos direitos humanos como da ética dos negócios, ou ainda do declínio do papel de estado modelo, desempenhado pela Suíça.

Swissinfo, Chris Lewis
(Tradução de J.Gabriel Barbosa)

Sediado em Genebra, o Fórum Econômico Mundial (WEF)realizou seu primeiro encontro mundial em 1971, sob a direção do professor de economia Klaus Schwab.
O WEF, organização sem fim lucrativo, arrecadou no ano passado 74 milhões de francos em cotizações, incrições e parcerias.
Entre os membros estão mais de mil empresas, a maioria líder em seus setores.

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