Desafio amazônico de um agrônomo suíço
O suíço, Walter Vogel, há 30 anos no Brasil, associa reflorestamento na Amazônia com exportação de celulose para a Europa.
Vogel defende com investidores suíços projeto de mais de US$ 300 milhões para mantar uma fábrica de celulose em Roraima.
O objetivo desse suíço, natural da capital Berna, é de se lançar na exportação. Ele espera beneficiar-se da melhora da cotação da celulose no mercado internacional.
O projeto deve ser realizado no estado de Roraima e em parte do território venezuelano, em plena Amazônia. Foi nesta região que Valter Vogel desembarcou há 20 anos, depois de trabalhar no Rio de Janeiro e no sul do Brasil.
Uma plantação de acácias
Três dias mais tarde, ele já havia comprado uma fazenda para desenvolver atividades agrícolas e continuar investindo no setor imobiliário.
Em parceria com outros investidores, em particular cidadãos suíços, Vogel começou plantar acácias na região há oito anos. Na época o desmatamento na Amazônia estava no auge.
“Já era uma primeira tentativa de fazer o contrário do que se fazia”, diz Walter Vogel.
Hoje, sua plantação se estende por 8 mil hectares. E em vez de vender madeira, ele pretende transformar no local a matéria-prima para a exportação, prioritariamente rumo à Europa.
Escritório em Zurique
Nasceu assim, no ano passado, a empresa de investimento Timber Growth Fund, com representação comercial em Zurique. Os fundos foram registrados em St.Vincent, paraíso fiscal das Caraíbas.
Esse projeto, batizado de Brancocel, prevê investimento de 60 milhões de dólares para quintuplicar o tamanho da plantação. Duzentos cinqüenta milhões de dólares adicionais serão necessários para instalar uma fabrica na região, fornecendo trabalho a 4 mil pessoas, a partir de 2006.
O governo brasileiro, aparentemente seduzido pela perspectiva de exportação, endossou o projeto. Transformou-o até em uma das vitrines do programa “Investe Brasil”, destinado a atrair investimentos estrangeiros diretos ao País.
“Pretendemos conseguir um preço especial para o fornecimento de energia”, explica Vogel. Assim, a eletricidade necessária ao bom funcionamento da fábrica será importada diretamente da vizinha Venezuela.
“Ninguém poderia imaginar a instalação de uma fábrica de celulose nesse lugar perdido”, brinca Cláudio Schmidt, diretor de Bancocel. Mas é o desafio ambicioso de Walter Vogerl.
swissinfo/Thierry Ogier, de São Paulo
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