Empresa suíça pretende lançar bolsa de valores para criptomoedas
A operadora da bolsa de valores diz que as moedas digitais estão se tornando uma “classe de ativos reconhecida”.
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A bolsa de valores suíça está estudando criar uma plataforma na Europa para negociar criptomoedas, em uma tentativa de entrar em um mercado dominado por empresas de ativos digitais de longa data, como Binance, OKX e Coinbase.
A entidade suíça está considerando usar sua reputação e as avançadas leis sobre criptomoedas no país alpino como um chamariz para grandes investidores tradicionais que estão cada vez mais interessados em negociar ativos digitais.
“A criptomoeda se tornou cada vez mais uma classe de ativos reconhecida”, disse Bjørn Sibbern, chefe global de bolsas do SIX Group, ao Financial Times, acrescentando que a empresa está examinando a criação de “uma plataforma onde podemos ajudar a facilitar a negociação, seja de criptomoeda [à vista] ou de derivativos”.
Até agora, as empresas financeiras tradicionais têm evitado criar locais de negociação de criptomoedas devido à falta de regulamentação clara e ao medo de danos à reputação.
Algumas grandes empresas, como Deutsche Boerse, Nomura e Standard Chartered, criaram suas próprias bolsas de criptomoedas, normalmente separadas de seus negócios principais.
Mas a CBOE Global Markets fechou sua base de negociações de criptomoedas este ano, culpando a falta de regulamentação. O CME Group explorou o lançamento de negociação de bitcoin em maio, publicou o Financial Times, embora o presidente executivo do grupo tenha dito desde então que a bolsa não tem novos planos.
A aprovação de fundos negociados em bolsa de bitcoin e ethereum pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA no início deste ano estimulou uma onda de investimentos institucionais e de varejo no ativo e aumentou as esperanças de que mais investidores possam estar interessados em negociar as moedas diretamente.
Embora o preço do bitcoin, a criptomoeda mais popular do mundo, tenha caído para cerca de US$ 60.000 (CHF50.631) de uma alta recorde de cerca de US$ 72.000 no início deste ano, ainda subiu 40% em 2024.
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A Suíça se tornou um dos países mais acolhedores para as criptomoedas na Europa, com leis sobre negociação e custódia de ativos e a classificação de diferentes tipos de tokens que muitos outros países ainda não introduziram.
“Estamos buscando outras maneiras de crescer na Europa e, como parte disso, também estamos analisando [se] a criptomoeda deve fazer parte disso”, disse Sibbern, acrescentando que a plataforma estaria disponível apenas para investidores institucionais, como gestores de ativos.
“Vemos a tendência de que mais e mais bancos e instituições globais estão olhando para criptomoedas”, acrescentou.
O SIX administra uma empresa de derivativos cripto chamada AsiaNext em Cingapura, em uma joint venture com o SBI Group do Japão. “Estamos analisando se devemos fazer algo semelhante na Europa”, disse Sibbern, acrescentando que a empresa “também poderia dizer que isso é algo que não queremos buscar”.
O grupo suíço, que é propriedade de 120 bancos, administra uma bolsa digital separada, onde nove títulos digitais foram listados desde 2018 por emissores como o banco de investimento UBS e a autoridade local da cidade de Lugano. Sibbern disse que a bolsa digital “poderia… expandir esse conceito” para incluir a negociação de criptomoedas em si.
A negociação de criptomoedas também marcaria uma expansão notável para o SIX, cujos locais de listagem na Suíça e em Madri sediaram dois dos maiores IPOs da Europa este ano: o do grupo espanhol de beleza Puig e o do grupo de dermatologia Galderma.
Copyright The Financial Times Limited 2024
Adaptação: Clarissa Levy
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