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Empresas tornam-se mais “éticas”

O diretor da Ethos, Dominique Biedermann, tentou evitar o acúmulo de cargos na Nestlé. Keystone Archive

As empresas suíças cotadas em Bolsa fizeram progressos na transparência em seus negócios. Os acionistas, especialmente, estão tendo cada mais mais direito à palavra.

No terceiro estudo sobre a governância corporativa, a fundação Ethos constada a evolução mas indica que numerosas outras melhorias continuam necessárias.

A análise apresentada quarta-feira (30/11) em Zurique, atribuiu boas notas às empresas suíças em matéria de revisão, estrutura do capital e direitos de participação dos acionistas. Em contrapartida, fala na necessidade de melhorar a informação e a composição dos conselhos de administração, segundo Dominique Biedermann, diretor da Ethos, Fundação Suíça de Investimento pelo Desenvolvimento Sustentado.

Biedermann destacou que poucos administradores e membros dos conselhos de administração têm competências suficientes no setor financeiro. Ethos exige que as informações divulgadas aos acionistas sejam mais completas do que o mínimo exigido nas diretivas da Bolsa Suíça (SWX).

As empresas deveriam publicar, entre outras, a composição do acionariado e o montante dos bônus distribuidos aos executivos. A governança das empresas devem ter regras aptas a definir os papéis e as forças em jogo entre a direção, o conselho de administração, os órgãos de controle e os acionistas.

Grandes grupos têm classificação melhor

Uma boa governança empresarial deve contribuir para uma valorização sustentável da empresa para todos os grupos ligados a ela. De maneira geral, o estudo 2005 da fundação Ethos atribuiu melhores notas às grandes empresas cotadas no principal índice da Bolsa suíça (SMI) do que às pequenas empresas.

Mas a fundação suíça de investimentos pelo desenvolvimento sustentado também constatou as empresas em que um só grande acionista detém mais de um terço do capital têm avaliação pior do que as que dispõe de um acionariado mais amplo. Na avaliação, as principais notas são atribuidas à fabricante de implantes dentários Nobel Biocare, à resseguradora Swiss Re e ao banco UBS.

Os progressos mais importantes em governança empresarial foram atribuidos à imobiliária Allreal, ao fabricante de máquinas e veículos Bucher Indústrias e ao banco Julius Baer.

O caso Nestlé

A fundação com sede em Genebra se opôs à eleição de seu diretor-geral Peter Brabeck à presidência do conselho de administração da líder mundial do setor alimentar. Na assembléia de acionistas, na primavera, a resolução apresentada pela Ethos para impedir o acúmulo de cargos de Brabeck foi votada por 36% dos presentes.

Segundo Dominique Biedermann, esse sucesso de estima provocou melhorias na Nestlé, sobretudo na composição dos comitês do conselho de administração e no direito de participação dos acionistas.

swissinfo com agências

– A fundaçõ Ethos foi criada em 1997 por dois fundos de pensão de Genebra. Atuamente, 77 fundos de pensão integram a fundação.

– Ethos detém uma carteira diversificada e procura investir em empresas que obtém bons resultados em transparência e boa governança.

– Ethos administra cerca de 1 bilhão de francos investidos em aproximadamente 250 empresas.

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