Entusiasmo com Moçambique, Angola e Brasil
Moçambique está se desenvolvendo mais depressa que o esperado, Angola está prestes a viver um salto econômico e o comércio e investimentos com o Brasil pode ser intensificado.
As opiniões são de dois embaixadores recolhidas durante a reunião anual, em Berna.
Mesmo se as situações de Moçambique, Angola e Brasil são bem distintas, reina um certo entusiasmo na diplomacia suíça em relação aos três países.
Todos os embaixadores suíços participam esta semana da reunião anual em Berna, capital suíça. Na abertura da Conferência, segunda-feira, a ministra das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey, lembrou que a política estrangeira suíça “tem de ser neutra mas ativa” e que “a melhor maneira de evitar que um conflito atinja a Suíça é evitar que ele aconteça”.
Brasil: mais comércio e investimentos
Por coincidência, o ex-embaixador da Suíça para Moçambique e Angola, Rudolf Baerfuss, vai assumir a embaixada no Brasil, em setembro. Ele já trabalhou na embaixada em Brasília entre 1982 e 1986 e agora volta como embaixador.
“É com muita vontade e satisfação que volto ao Brasil, depois de ter vivido lá um período muito interessante”, afirmou o embaixador Baerfuss a swissinfo.
“O Brasil é um parceiro tradicional da Suíça, com trocas comerciais importantes nos dois sentidos com bastante potencial de crescimento. O Brasil é duzentas vezes maior que a Suíça e a maior concentração de indústrias suíças fora da Suíça é em São Paulo”, explica o embaixador.
Quanto aos investimentos, “vamos fazer todo o possível na embaixada para promover mais investimentos no Brasil mas também que empresas brasileiros invistam na Suíça”, acrescentou Rudolf Baerfuss.
Moçambique está dando certo
A diplomacia suíça também está ativa, embora de maneira diferente, em Moçambique. Uma nova experiência está começando com o historiador Adrian Hadorn, na embaixada em Maputo.
Ele já está em Moçambique há três anos e dirigia os projetos da cooperação suíça (DDC) no desenvolvimento do país e agora também assume a embaixada. “O essencial do nosso trabalho são os projetos de desenvolvimento, pois Moçambique é um país prioritário nesse sentido”, afirma Adrian Hadorn.
Os projetos da DDC – Direção de Desenvolvimento e Cooperação – juntamente com SECO – Secretaria Federal de Economia – têm orçamento de 38 milhões de francos suíços este ano e tem 45 colaboradores. Na embaixada, para a diplomacia clássica, trabalham 4 pessoas.
“A cooperação com Moçambique tem uma longa tradição, desde os tempos dos missionários suíços que iam da África do Sul para Moçambique, no século XIX, e existe uma relação de confiança mútua”, explica Adrian Hadorn.
Ele presidente atualmente o grupo dos 15 países e instituições de ajuda financeira a Moçambique. “Essa ajuda será gradativamente reduzida porque a reforma fiscal está dando certo”, afirma o embaixador.
Maior presença em Angola
“Dez anos de paz e uma política de reformas exemplar estão dando resultados. Na última revisão do programa do grupo dos 15, em abril, um dos resultados foi que a taxa de pobreza absoluta caiu mais que o previsto. Em 5 anos, passou de 70 para 56% da população, o que justifica o apoio sustentável às reformas em Moçambique” constata Adrian Hadorn.
Em Angola, a situação é um pouco diferente, segundo o Rudolf Baerfuss, que foi embaixador para Moçambique e Angola. “Com dois anos de paz, o país tem um potencial de recursos naturais enorme e brevemente vai haver um “boom” econômico. Acho que os suíços precisam estar mais presentes em Angola”, conclui o embaixador.
swissinfo, Claudinê Gonçalves
Mais de 100 embaixadores participam de uma Conferência, um vez por ano, em Berna.
– O Brasil é duzentas vezes maior que a Suíça.
– A taxa de pobreza absoluta em Moçambique caiu de 70 para 56% da população, em cinco anos.
– A Suíça investe mais de 30 milhões de francos por ano em projetos de desenvolvimento, em Moçambique.
– Os suíços precisar estar mais presentes em Angola, segundo o embaixador Rudolf Baerfuss.
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