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Executivos suíços ganham 5,4 milhões de francos

O 2° maior salário: Brady Dougan, diretor-executivo do Credit Suisse, com 22,2 milhões de francos por ano. Keystone

Os principais executivos suíços ganham, em média, 5,4 milhões de francos por ano. O presidente da Novartis, Daniel Vasella, liderou o ranking em 2007, com vencimentos de 29,9 milhões de francos.

Walter Kielholz, do Credit Suisse, tem o melhor salário como presidente de um conselho de administração. Em 2009, a fundação Ethos pretende submeter os salários dos executivos de cinco conglomerados suíços à votação dos acionistas.

Junto com oito grandes caixas de pensão suíças, a fundação vai apresentar nas assembléias gerais do próximo ano da ABB, Nestlé, Novartis, do Credit Suisse e do UBS requerimentos contra os vencimentos excessivos dos executivos.

Os requerimentos, já entregues às cinco empresas, pedem uma mudança dos estatutos para que as assembléias gerais tenham o direito de votar, consultivamente, sobre o relatório de vencimentos.

Alguns salários continuam altos sem ser justificados através de desempenho, argumenta a fundação. “A Suíça é o único grande centro financeiro do mundo em que os acionistas não têm influência direta sobre os vencimentos dos executivos.”

Salários milionários

A Ethos publicou nesta terça-feira (23/09) um estudo sobre os salários das 48 empresas cotadas nas bolsas suíças (SMI e SMIM). Em média, os presidentes dos conselhos de administração e CEO com função dupla foi de 10,7 milhões de francos no ano passado.

Os presidentes dos conselhos de administração sem função operacional receberam, em média, 2,1 milhões de francos; os demais membros desse tipo de grêmio, 315.840 francos.

No escalão dos dirigentes das empresas, os chefes de conglomerados (CEO) embolsaram em média 5,4 milhões de francos; os demais executivos de ponta, 2,6 milhões de francos. Entre os CEO, Vasella foi o líder com 29,9 milhões de francos, sem contar seus vencimentos como presidente do conselho de administração da Novartis (veja lista ao lado).

Corte radical no UBS

Em conseqüência da crise financeira nos EUA, o UBS reduziu em 79% para 51,1 milhões de francos os vencimentos pagos aos membros do conselho de administração e da direção da empresa.

O concorrente Credit Suisse gastou 187,5 milhões de francos com o pagamento de seus executivos no ano passado, 4,7% a mais do que em 2006. Walter Kielholz é disparado o presidente do conselho de administração sem função operacional melhor pago do país. Ele recebeu 14,6 milhões de francos em 2007.

Dados transparentes

Segundo a análise da Ethos, as empresas melhoraram sua transparência – algumas delas teriam divulgado mais informações do que o mínimo exigido por lei. A Fundação diz que isso resultou do diálogo com as diretorias das empresas. Algumas regras de boa prática, no entanto, ainda não seriam respeitadas.

A maior parte dos salários dos membros dos conselhos de administração é paga em dinheiro. A participação das ações e opções na composição salarial oscila entre 16% e 38%.

O salário fixo dos membros das diretorias, em geral, é bem mais baixo do que a parte variável dos vencimentos, que oscila entre 22 e 28% da renda total. As bonificações geralmente são concedidas na forma de ações ou opções.

Nestlé, Roche e Swisscom gastam apenas 0,5% do lucro líquido para pagar seus executivos, o que é considerado exemplar pela Ethos. Bem diferente é a situação do grupo químico Clariant, onde os vencimentos dos executivos são 178,5% superiores ao lucro líquido.

swissinfo com agências

Os CEO melhor pagos da Suíça em 2007 (em milhões de francos suíços):

Daniel Vasella (Novartis): 29,9
Brady Dougan (Credit Suisse): 22,3
Franz Humer (Roche): 21,6
Peter Brabeck (Nestlé): 18,7
Jacques Aigrain (Swiss Re): 15,1

O executivo melhor pago do UBS, que ocupa a nona posição, não é o novo chefe do maior banco suíço, Marcel Rohner, e sim o diretor do Departamento da Ásia e do Pacífico, Rory Tapner, com 10,2 milhões de francos.

A Ethos foi criada em 1997 por dois fundos de pensão de Genebra e hoje conta com 75 investidores institucionais.

Sua meta é investir com base em princípios éticos e em favor do desenvolvimento sustentável os recursos que administra.

Desde 2002, ela publica um ranking de governança corporativa das 100 maiores empresas cotadas nas bolsas de valores da Suíça.

A fundação defende o uso responsável do direito de voto pelos acionistas nas empresas em que investe.

Para as demais caixas de pensão, a Ethos criou um fundo (o Ethosfund), que opera com base nas mesmas diretrizes, mas não é aberto a pessoas físicas.

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