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Exportações de máquinas de café vão de vento em popa

As máquinas de café suíças fazem sucesso no estrangeiro. Keystone

Para o cafézinho a crise não existe. Para as máquinas de café expresso fabricadas na Suíça também não.

Em dez anos, as exportações triplicaram em quantidade e quintuplicaram em volume. Quase dois milhões de máquinas foram exportadas em 2008 com um faturamento de quase 500 milhões de francos suíços.

Os mitos não resistem muito tempo, particularmente no setor do café. Os italianos eram os maiores consumidores de café expresso (pequeno e forte) e de macchiato(café expresso com leite e espuma de leite) do mundo, mas agora já foram ultrapassados pelos suíços e pelos escandinavos. Como se não bastasse, a Suíça tornou-se também líder mundial da máquina de café de alta qualidade.

Material profissional ou eletrodoméstico, do aparelho de alta tecnologia inteiramente automático – apenas um botão para moer o café obter a bebida com uma gama quase infinita de sabores – ou modelo semiautomático, em algumas décadas, a indústria suíça soube associar tecnologia e design.

Sucesso planetário

O sucesso da empresa Thermoplan testemunha da procura por esses produtos eletrodomésticos no estrangeiro. Este ano, empresa instalada em Weggis (onde a seleção brasileira treinou para a Copa da Alemanha), às margens do Lago dos Quatro Cantões, comemora dez anos de colaboração com a rede norte-americana Starbuck, especialista em café. Esse acordo absorve quase metade da produção e tornou as máquinas da Thermoplan conhecidas em 63 países.

Nos últimos anos, as exportações absorveram 98% da produção (18 mil máquinas, a preço médio de 15 mil francos). E os concorrentes da Thermoplan, que não fabrica somente máquinas profissionais, também estão de vento em popa, principalmente Franke, HGZ, Schaerer e Egro.

Outra história de sucesso é a Jura. A empresa fundada em 1931 está presente em mais de 50 países e exporta 86,7% da produção. No ano passado, bateu o recorde com dois milhões de máquinas vendidas, que também valem milhares de francos.

O sucesso das máquinas de café Jura, cujo prédio fica na beira da rodovia entre Berna e Zurique, provocou o abandono definitivo da fabricação de ferros de passar, que havia tornado a marca conhecida. Eles construíram recentemente um espaço de exposição digno de um grande museu e batizado Jura World of Coffee.

Nada de crise

Na Thermoplan, o sucesso não é medido apenas pelo número de máquinas vendidas. Essa empresa familiar, que tinha dez empregados 12 anos atrás e agora emprega 190 pessoas, entre elas 24 engenheiros.

“Investimos uma parte importante de nosso capital em pesquisa, a fim de manter nosso lugar de número um mundial”, explica o diretor Adrian Steiner à swissinfo. Ele sublinha com orgulho a colaboração “com Altas Escolas, como a de Lucerna, como solução para contratar futuros funcionários, jovens e motivados.”

As vendas do setor levaram marcas antigas a renascer das cinzas. É o caso de pequena fábrica de máquinas de café Olympia, em Mendrisio, sul da Suíça. Ela foi fundada em 1928 e foi reativada um ano atrás. Pequeno, compacto e brilhante, seu modelo Maximatic já é considerado o “Rolex” das máquinas de expresso pela clientela alemã, britânica e estadunidense.

Do chá ao café

Apesar das incertezas da economia mundial, o futuro parece promissor. Nações tradicionalmente consumidoras de chá como Índia, Reino Unido e China, começam a apreciar o café. O público, que ainda é pouco habituado ao gosto forte e um pouco amargo de um expresso, prefere as misturas com leite como o capuccino.

“É uma vantagem para nós porque, basicamente, somos especilistas em máquinas de café com leite e creme, o que nos permite propor modelos adaptados a esse mercado”, afirma o diretor da Thermoplan. O marketing também é utilizado.

De George a Roger

Para seduzir o continente asiático, nada melhor do que a imagem de Roger Federer. O tenista suíço assinou um contrato – mantido em segredo, mas que teria seis ou sete números – com a Jura, válido até 2016. O investimento vale a pena, segundo os dirigentes da marca, que contam com o grande potencial da China, onde Federer é uma verdadeira estrela.

E o que seria das pequenas cápsulas de alumínio sem o charme do ator norte-americano George Clooney? Em um setor diferente da manufatura tradicional, Nespresso tem uma gama de 20 modelos, fabricados em grande parte na Suíça (por Magimix, Siemens, Krups e Jura), com preços e opções variáveis que também contribuem para o comércio exterior suíço.

Nicole della Pietra, swissinfo.ch

Vendas. Em 2008, foram vendidas 1,9 milhão de máquinas de café suíças. Em 2007 haviam sido mais 2 milhões. Os países vizinhos são o essencial da clientela estrangeira. Em 2008, Alemanha, França e Itália compraram três quintos das máquinas de café fabricadas na Suíça.

Países vizinhos. França comprou 23% no total de 432 mil máquinas de café fabricadas na Suíça; a Alemanha comprou 22%, (425 mil) e a Itália 14% (257 mil). Os Estados Unidos compraram 6% no ano passado, mas até 2000 importavam um terço das máquinas produzidas na Suíça.

Preços. Os preços estão em torno de 255 francos para máquinas domésticas. A demanda por máquinas menores e mais leves fez baixar o preço que era de 335 francos, em média, em 2003. Para as máquinas profissionais, o preço pode chegar a 18 mil francos suíços cada uma.

Alto nível. As máquinas de luxo permitiram aos fabricantes de outros eletrodomésticos – como os ferros de passar – de aumentar suas vendas. Foi o caso especialmente da marca Jura, que quintuplicou seu faturamento em 10 anos, graças às máquinas de café.

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