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Imprensa helvética é cada vez menos lida

Quanto maior a oferta de publicações, mas difícil é para a mídia manter seus leitores. Keystone

Quanto mais jornais e revistas são lançados no mercado helvético, mais difícil para eles de manter o leitor. Um estudo recém publicado mostra a revolução por qual passa a imprensa na Suíça.

Seus números mostram que jornais gratuitos como o “20 Minuten”, da editora Tamedia, já alcançam 1,3 milhões de leitores diariamente. Publicações tradicionais, por outro lado, são lidas cada vez menos.

Quanto maior a oferta no mercado da mídia, mais difícil para as editoras de manter seu público cativo. Essa realidade não tão surpreendente, sobretudo na era da Internet, é provada agora pelos números publicados pela Wemf AG, o instituto de pesquisa de mídia e publicidade mantido pelas editoras e agências de publicidade na Suíça. Eles afirmam que os títulos mais tradicionais do mercado estão perdendo leitores apesar do crescimento da população e um número cada vez maior de pessoas com boa formação educacional.

Títulos conceituados no país como o NZZ, Tages-Anzeiger ou Le Temps continuam sendo bastante lidos, porém suas tiragens estão diminuindo. O desenvolvimento fica claro através dos dados coletados pela Wemf. Os piores resultados têm sido para os jornais diários e semanais. Apesar das mudanças não terem muitas importância estatisticamente, os editores não conseguem tirar mensagens positivas dos balanços de vendas. Em todo o caso, o sinal tende mais à estagnação.

Flutuação

O crescimento de leitores só ocorre atualmente através de fusões de títulos (através da compra de outras editoras) ou cooperações. Um jornal como o Mittelland-Zeitung» (tiragem de 414.000 exemplares) aumentou seu público através da compra do “Basellandschaftlichen Zeitung”. Já o Magazin” (647.000), a revista semanal do jornal “Tages-Anzeigers” também consegue aumentar sua tiragem quando é transformada em encarte do “Basler Zeitung” e do “Berner Zeitung”. O “NZZ Folio” (625.000), a revista semanal do jornal NZZ, é distribuída também como encarte do jornal bernês “Bund” (desde 1995). Já a conceituada e polêmica revista semanal “Weltwoche” (373.000) perdeu claramente leitores no espaço de cinco anos. É difícil, porém, explicar a flutuação de muitas publicações nos últimos anos.

Outros jornais a edição (85 mil exemplares) dominical do jornal “Südostschweiz” (232.000) também não conseguem aumentar sua tiragem. Já outras publicações dominicais de jornais em alemão têm um alcance muito maior do que os próprios jornais-mãe e menos problemas de distribuição do que a editora do “Südostschweiz”, que está localizada em um cantão montanhoso como os Grisões (sudoeste da Suíça).

O “Handelszeitung” (144.000) foi beneficiado pelo fechamento do jornal econômico “Cash”, sobretudo quando comprou o cadastro de assinantes deste último. Seu número de leitores aumentou em 14 por cento. As outras duas publicações econômicas em alemão estão tendo prejuízo. A boa conjuntura econômica do país não fez aumentar a demanda por esse tipo de informação. O jornal gratuito “Cash daily” (85.000) ainda tem dificuldades para encontrar espaço no mercado.

Conseqüências da imprensa gratuita

Os grandes vitoriosos da mídia continuam sendo os jornais gratuitos. Graças ao aumento da tiragem, o líder de mercado “20 Minuten” reforçou sua posição ao alcançar o número de 1,3 milhões de leitores diários. Sua versão em francês, o “20 minutes” (470.000) luta ainda para desbancar o atual líder “Le Matin bleu” (524.000). Na luta entre os gigantes, os grandes perdedores são as publicações pagas tradicionais: o jornal francófono “Le Matin” (283.000) perdeu 11% dos leitores em comparação com o ano passado. Será que o jornal “Blick” (650 000), durante muitos anos o grande líder no mercado da imprensa helvética e que há pouco também lançou uma edição gratuita noturna, irá enfrentar o mesmo destino?

Na Suíça francesa, apenas o prestigioso jornal “Le Temps” (123.000) e o “Le Nouvelliste” (111.000) não tiveram perdas significativas em relação a 2007. Os grandes ganhadores, segundo as estatísticas da Wemf AG, são as revistas das duas maiores redes de supermercados da Suíça, Migros e Coop, que juntas, chegam a ter cinco milhões de leitores a cada número. Em comparação com o ano passado, as publicações perderam apenas 1% dos leitores.

swissinfo com agências

Jornais mais lidos na Suíça alemã (em mil leitores):

20 Minuten: 1.296
Blick: 650
Tages-Anzeiger: 487
Mittelland-Zeitung: 414
Berner Zeitung: 398
Neue Zürcher Zeitung (NZZ): 291
Heute: 291
Neue Luzerner Zeitung: 280
Die Südostschweiz: 232
Zürcher Landzeitung: 209
St. Galler Tagblatt: 192
Basler Zeitung: 171
Cash Daily: 85

Revistas semanais e mensais:

Coop-Zeitung: 2.634
Migros-Magazin: 2.294
Ktipp: 976
Beobachter: 940
Sonntags-Blick: 893
Sonntags-Zeitung: 753
Schweizer Familie: 705
Das Magazin: 647
NZZ Folio: 625
Magazin Sonntags-Blick: 501
NZZ am Sonntag: 458
Die Weltwoche: 373
Bilanz: 220
Handelszeitung: 144
Finanz und Wirtschaft: 122
WoZ: 92
Die Südostschweiz a. Sonntag: 85

Jornais mais lidos na Suíça francesa:

Le Matin Dimanche: 544
Le Matin bleu: 524
20 Minutes: 470
Le Matin (semaine): 283
24 Heures: 230
L’Hebdo: 213
Tribune de Genève: 150
Le Temps: 123
Le Nouvelliste: 111
Bilan: 99

A empresa de pesquisas na área de propaganda e mídia Wemf AG (WEMF AG für Werbemedienforschung) foi criada em 1963 por associações de agências de propaganda e editoras de jornais e revistas.

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