Meio ambiente é a principal preocupação dos suíços
Os suíços estão mais preocupados com a degradação do planeta do que com o emprego, os custos da saúde pública e a segurança. É o resultado de uma pesquisa do Instituto MIS Trend.
Essa inquietação frente ao aquecimento global é mais acentuada entre as elites que, no entanto, são favoráveis à energia nuclear, ao contrário da maioria da população.
Publicada na última edição do semanário Hebdo, essa sondagem intitulada ‘Sophia 2007’ demonstra que 38% dos suíços citam “a situação ecológica do planeta” como preocupação principal. Em seguida são citados o desemprego (24%) e a insegurança (22%).
Além da amostra representativa de 1.200 suíços das três principais regiões lingüísticas do país, o Instituto MIS Trend questionou entre março e abril 400 personalidades da economia, administração, cultura e política.
A inquietação com o clima é ainda mais acentuada entre as elites (55%), seguida pela insegurança (16%). Por região, os mais preocupados com o meio ambiente são os suíços de língua francesa (41%), seguidos pelos de língua alemã (38%) e pelos de língua italiana (31%).
A preocupação também é maior entre as pessoas que se dizem politicamente de esquerda.
«Queremos leis»
Para conter o aquecimento climático, 58% dos suíços e dois terços dos líderes querem que o Estado adote normas severas e obrigatórias. “Um terço da população acham inclusive que a Suíça pode se dar ao luxo de medidas que prejudicariam sua competitividade internacional”, escreve a Hebdo.
Com relação ao consumo de energia, dois terços da população acreditam que será possível “no futuro” reduzí-lo pela metade sem mudar o modo de vida.
56% dos suíços e a metade dos decididores estão, contudo, preocupados com o abastecimento energético do país dentro de 20 anos.
Energia nuclear divisa
Em sua maioria, a população opõe-se à construção de novas centrais nucleares (56% são contra), enquanto as elites são favoráveis (55%).
Os maiores opositores ao átomo são as pessoas de esquerda e as mulheres, enquanto os homens (47%), os jovens (46%) e os suíços-alemães (43%) estão mais próximos do “sim”.
Em contrapartida, mais da pesquisa das pessoas questionadas nos dois grupos aceitaram a substituição das centrais nucleares atuais quando elas forem desativadas, dentro de 20 anos.
O preço da gasolina
Se os suíços estão dispostos a fazer esforços pelo meio ambiente, eles rejeitariam dobrar o preço da gasolina, mesmo que isso acarretasse uma redução dos prêmios dos seguros de saude.
Decididores e população empatam em 60% de rejeição. Os mais favoráveis à majoração do preço da gasolina são os suíços-alemães.
Todavia, 61% da população afirmam que poderiam viver sem carro (49% dos líderes). Quase oito em cada dez suíços poderiam deixar de viajar de avião, contra 46% entre os decididores. Os dois grupos aceitariam a introdução uma taxa sobre as viagens aéreas.
Enfim, a gratuidade dos transportes públicos nas principais cidades e a proposta de reduzir pela metade as passagens de trem teriam uma forte adesão da população, mas os decididores não concordariam.
swissinfo com agências
Mesmo se os suíços consideram o meio ambiente como preocupação principal, eles continuam comprando carros grandes que consomia muito combustível e agravam o efeito estufa.
O peso médio dos automóveis vendidos na Suíça amentou de 13 kg no ano passado, chegando a 1,49 tonelada. Isso anula a eficiência dos motores obtida mediante progressos técnicos.
Segundo a Secretaria Federal de Energia, o consumo médio de combustível caiu 0,65% em 2006, atingindo a média de 7,62 litros por 100 km. O objetivo fixado conjuntamente entre importadores (a Suíça não fabrica automóveis) e governo – 6,9 litros por 100 km – não foi portanto atingido.
Quarta-feira, o governo decidiu adiar a obrigatoriedade do filtro de partículas para os veículos diesel para 2009. O argumento é adotá-la ao mesmo tempo que a União Européia.
Mais de 70% dos veículos novos a diesel vendidos na Suíça são dotados do filtro de partículas.
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