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Nestlé planeja nova fábrica no Brasil

Sede da Nestlé, em Vevey, Suíça Keystone

Está em fase de estudos a construção de uma nova fábrica no Brasil, um investimento na casa dos 100 milhões de reais.

A informação é do vice-presidente da Nestlé, responsável pelo setor Américas, Carlos Represas, quinta-feira, quando o grupo apresentou o balanço dos primeiros 9 meses.

No ano que vem, a Nestlé poderá construir uma nova fábrica no Brasil. A decisão ainda não foi tomada mas os estudos estão em fase avançada.

100 milhões de reais

O projeto foi revelado quinta-feira (23.10) pelo vice-presidente da Nestlé, responsável pelo setor Américas, Carlos Represas. Para isso, a empresa suíça conta investir aproximadamente 100 milhões de reais.

Como a decisão ainda não foi tomada, não se sabe onde a 14a unidade de produção no Brasil será instalada. Nesse nicho de mercado, a Nestlé é líder mundial mas não é líder no Brasil.

Em volume geral de vendas, a Nestlé do Brasil é a segunda maior do grupo, depois dos Estados Unidos.

América Latina está difícil

Outro setor em que a Nestlé quer investir no Brasil é o de água mineral. “Nossas vendas são maiores na Argentina do que no Brasil, ou seja, alguma coisa está errada”, afirmou Carlos Represas.

A categoria “bebidas” (água mineral, café, refrigerantes etc) lidera as vendas mundiais da Nestlé.

No entanto, nos últimos 9 meses, os negócios não vão bem no Brasil, devido a recessão. As vendas cairam entre 8 e 9%, de janeiro a setembro. “As medidas de contenção da inflação foram necessárias e corretas mas muito duras”, segundo Represas.

Ele afirma ainda que a Nestlé do Brasil tem atualmente “mais capacidade ociosa do que há um ano e meio atrás”.

A situação não é muito melhor nos outros países da América Latina. O sub-continente teve um crescimento de 10,6 graças ao aumento dos preços para preservar a margem de lucro.

Objetivo de crescimento

Represas citou um estudo do Banco Mundial de 2002, constatando que a única região que não cresceu foi a América Latina.

Na América do Norte, a Nestlé teve um crescimento de 3,4% dando a média de 5,9% para a zona Américas.

Globalmente, as vendas da Nestlé de janeiro a setembro totalizaram 64,6 bilhões de francos suíços, 5,4% a mais que o mesmo período do ano passado. No entanto, devido a fatores conjunturais, as vendas globais cairam 2,4%.

Volume e faturamento

Mesmo assim, houve crescimento, basicamente pour duas razões: aumento de preços e efeito menos negativo do câmbio (9,2%) do que no mesmo período do ano passado (12,6%).

Como exemplo dos problemas de câmbio e desvalorização de moedas, Peter Brabeck, vice-presidente do conselho de administração e administrador do grupo, falou do Brasil afirmando que, em 1998, o o volume de vendas foi 950 mil toneladas e o faturamento de US 3,2 milhões. Em 2002, o volume foi de 1.050 toneladas e o faturamento de US 2,6 milhões.

Ele está confiante que o objetivodo grupo de crescer 5 a 6% este ano será atingido.

Para o ano que vem, “embora ainda seja muito cedo para ser otimista”, Brabeck acredita que a economia americana vai retomar o crescimento, com repercussões no México e no Canadá.

swissinfo, Claudinê Gonçalves, Vevey

– Nos primeiros 9 meses de 2003, o faturamento da Nestlé cresceu 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Total: 64,6 bilhões de francos suíços.

Por zonas:

– Europa: + 2,3%
– Américas: + 5,9%
– Ásia, Oceania e África: 11,2%

– O produto que lidera o crescimento é a água mineral: + 10,9%

– O objetivo de crescimemto para 2003 é de 5 a 6%.

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