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OMC critica política agrária suíça

As elevadas barreiras tarifárias da Suíça impedem a entrada de importados agrícolas no país. swissinfo.ch

A Organização Mundial do Comércio (OMC) critica a Suíça devido à manutenção da sua política protecionista de subvenção aos agricultores.

Porém muitos especialistas acreditam que a conclusão dos acordos bilaterais entre a Suíça e a União Européia levará a mais abertura dos mercados.

A direção da Organização Mundial do Comércio não se preocupou em ser diplomática: no relatório publicado na última quarta-feira (15 de dezembro), ela criticou fortemente o protecionismo do mercado agrário e as elevadas subvenções dadas ao agricultor suíço.

O nível de subsídios não se modificou nos últimos quatro anos, como nota a organização com sede em Genebra. A explicação está no fato de que a constituição helvética ainda defende a teoria de auto-suficiência alimentar do país.

Taxas elevadas para importados

Devido às elevadas barreiras alfandegárias para importados que podem concorrer com produtos nacionais, os preços dos produtos agrícolas são maiores na Suíça do que na maioria dos países. O resultado se espelha no custo de vida, que é um dos maiores do planeta.

A Suíça cobra em média 36% de taxas de importação sobre produtos agrícolas. No caso da carne de boi, elas chegam até a 400%. Esse nível é muito mais elevado do que é praticado nos países membros da OMC.

Bilaterais promovem abertura de fronteiras

No seu relatório, a OMC analisa também uma tendência observada nos países membros: à parte da agricultura, muitos deles têm realizado reformas consideráveis no comércio exterior para aumentar a transparência e a concorrência no mercado, cujos resultados mais imediatos são a redução geral dos preços.

Porém suas propostas de reformas em setores como o da eletricidade, acordos entre as empresas, propriedade intelectual e dos mercados públicos, ainda não foram aceitas em grande parte dos seus parlamentos.

De maneira geral, a OMC considera que a Suíça aplica um regime de comércio exterior liberal para os produtos manufaturados e serviços. As principais exceções são indústrias de baixa produtividade como a de transformação de produtos alimentares e a construção. Também os mercados de eletricidade, água e gás ainda são monopólios do Estado ou de antigas estatais.

Orientação eurocêntrica

Se a OMC continua a ter um papel considerável na política comercial da Suíça, os acordos comerciais regionais são cada vez mais importantes para o país.

Nesse sentido, os especialistas da organização internacional se inquietam pela “orientação eurocêntrica em detrimento de outros países desenvolvidos e de países em desenvolvimento” no fluxo de comércio e investimento da Suíça.

“O governo suíço deve procurar limitar os aspectos discriminatórios dos acordos em vigor ou futuros com a União Européia”, conclui o relatório.

swissinfo e agências

A Organização Mundial do Comércio (OMC) está sediada em Genebra e tem como principal tarefa a liberalização do comércio internacional através da redução das tarifas alfandegárias ou outras barreiras.
A OMC foi criada em 1995 e substituiu o Acordo do GATT sobre tarifas alfandegárias e comércio criado depois da Segunda Guerra Mundial.
A OMC tem 148 países membros. A China entrou em 2001. A Rússia ainda se esforça pelo seu ingresso.

A política agrária suíça ainda está fundamentada na auto-suficiência, como define a OMC.

Um processo de reforma foi desencadeado apenas nos anos 90.

Apesar das modificações, a política agrária suíça ainda continua fortemente influenciada pelo Estado.

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