Oswald Grübel nomeado para dirigir o UBS
O maior banco suíço procura um novo diretor-executivo para sair da crise. Marcel Rohner demitiu-se e o conselho de administração nomeou em seu lugar Oswald Grübel, antigo chefe do Credit Suisse, seu maior concorrente.
Marcel Rohner pediu sua demissão, declarou o UBS na quinta-feira (25 de fevereiro) através de um comunicado de imprensa.
O conselho de administração nomeou como sucessor Oswald Grübel, “que dispõe de uma vasta experiência na recuperação de empresas”, justificou o maior banco suíço.
“Oswald Grübel foi arquiteto de uma reforma frutífera na qual ele conseguiu restabelecer a confiança no banco, enquanto este atravessava uma fase de turbulência”, revela o UBS. Uma competência útil para a instituição em tempos de grande crise.
Início da carreira no Deutsche Bank
Nascido em 1943 na Alemanha do leste e órfão da II. Guerra Mundial, Oswald Grübel iniciou sua carreira de banqueiro no Deutsche Bank em Mannheim, depois em Frankfurt.
Ele entrou para o Credit Suisse em 1970 através da sua filial de investimentos em Londres, a White Weld Securities, da qual acabou por assumir a direção em 1978.
Oswald Grübel galgou na hierarquia do grupo ocupando diversos postos de responsabilidade, notadamente no Credit Suisse First Boston (CSFB). Em 1991, ele assumiu um cargo no comitê executivo do Credit Suisse como responsável pelos mercados financeiros.
Oswald Grübel assumiu a divisão de banco privado em 1998, depois o Credit Suisse Financial Service. Após uma breve saída do grupo em 2001, ele tornou-se co-diretor e depois diretor-geral do Grupo Credit Suisse.
Quando o Credit Suisse registrou mais de três bilhões de francos de perdas anuais em 2002, o grupo o requisitou como co-executivo juntamente com John Marck. Depois ele assumiu solitariamente os comandos do grupo de 2004 a 2007, revertendo completamente a estratégia fortemente criticada de seu predecessor Lukas Mühlemann.
Oswald Grübel conseguiu no período colocar o Credit Suisse nos trilhos, tendo sido responsável pelos mais de 11 bilhões de francos de lucros em 2006. Porém a recuperação não ocorreu sem dor: foi necessário reestruturar através da supressão de milhares de postos de trabalho.
Reação positiva na bolsa
As mudanças na direção do UBS, com a chegada de Oswald Grübel na direção do grupo, provocou uma forte alta na bolsa. As ações do banco tiveram uma alta de 15%, passando para 11,60 francos.
A substituição foi saudada pelos investidores, que veem o banco passar por uma crise sem precedentes. Considerado como uma transferência de peso, a escolha do ex-chefe do Credit Suisse foi elogiada.
Vários analistas falam de uma escolha bastante judiciosa, alguns se expressando mesmo com adjetivos como “fantástica”. Eles confiam na grande experiência de Oswald Grübel, que havia contribuído para recuperar o Credit Suisse a partir de 2003, após um ano de 2002 marcado por perdas de 3 bilhões de francos suíços.
swissinfo com agências
Exposição. O UBS é um dos bancos mais atingidos pela crise financeira iniciada em 2008. Ele ficou particularmente exposto aos riscos do mercado americano.
Déficit. O ano de 2008 representou um déficit histórico de aproximadamente 20 bilhões de francos, contra “apenas” 5,2 bilhões no ano precedente.
Plano de salvamento. O governo suíço correu para socorrer o UBS. Ela não apenas injetou 6 bilhões no capital do banco, mas também encarregou o Banco Nacional Suíço de criar uma estrutura para retomar os créditos “podres” do UBS.
Fraude. O UBS ainda enfrenta um escândalo fiscal nos Estados Unidos, em disputa judicial por questões fiscais. Até o sigilo bancário já foi quebrado parcialmente no caso.
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