Pontos turísticos viram moeda
A Suíça, país das montanhas e dos bancos, irá produzir moedas homenageando seus pontos turísticos. Os maiores colecionadores do mundo são também o grupo mais importantes de turistas na Suíça: os alemães.
Hoje abre na Basiléia a maior feira internacional de moedas, a “World Money Fair”.
Falando sobre moedas, a tradição suíça é até hoje marcada pela chamada “Goldvreneli”, uma moeda de ouro de 20 francos suíços cunhada entre 1897 e 1949. Não só ela é a mais conhecida, como mais de 58 milhões de exemplares foram fabricados na sua história.
Porém encontrar a montanha Matterhorn numa peça feita de uma liga de bronze e níquel ou o castelo Chillon em prata é uma grande novidade. “Trata-se de um lançamento mundial”, afirma Kurt Rohrer, chefe da Swissmint, o fabricante oficial de moedas para o Banco Central da Suíça.
Essa é a primeira vez em que moedas comemorativas inspiradas em temas turísticos são fabricadas no país dos Alpes.
O chefe da Swissmint quer apresentar as duas novas peças na feira “World Money Fair”, o maior evento no setor de moedas do mundo, que abre suas portas hoje na Basiléia. Os organizadores esperam 10 mil visitantes, sendo que a grande maioria virá do exterior.
Estatal produz moedas
Swissmint produz 40 milhões de moedas por ano. Para suprir colecionadores ou turistas, a empresa fabrica anualmente 200 mil moedas comemorativas ou especiais.
Apesar de ser uma empresa 100% pertencente ao Estado, Swissmint é uma empresa que, pelo seus estatutos, deve competir no mercado por contratos lucrativos. Por essa razão a estatal procura parceiro estratégicos como a “Schweiz Tourismus” (ST), o órgão público voltado para o marketing do turismo suíço no exterior.
Objetivos comuns
“Schweiz Tourismus” já está acostumada a esse tipo de trabalho em conjunto. “Já temos a chamada Parceria do Röschti (especialidade suíça com batatas) com o setor agrícola e a Parceira do Queijo com o setor de laticínio”, explica Eva Brechtbühl, funcionária da ST. Nos dois casos, os produtos são empregados no trabalho de reforço da imagem de o marketing da Suíça como país turístico.
“Agora nós queremos fazer uma parceria com o Departamento de Finanças”, complementa Brechtbühl. Tudo relacionado às finanças também pode ser associado à Suíça como algo típico do país.
Com o lançamento das moedas com relevos turísticos, o principal objetivo é não só conquistar colecionadores estrangeiros, mas também os mais de 20 mil colecionadores na própria Suíça.
Ao comprar a moeda de 10 francos com o relevo da montanha Matterhorn ou a moeda de 20 francos com o relevo do castelo Chillon de Genebra, colecionadores do mundo inteiro poderão conhecer melhor as atrações turísticas de um país que tanto depende desse setor.
Tiragens limitadas
“Os maiores colecionadores são os alemães”, revela Albert Beck, presidente da feira World Money Fair. Ao mesmo tempo, os cidadãos do maior país de língua germânica estão em primeiro lugar na lista de turistas estrangeiros na Suíça. E para aumentar o valor das moedas, elas serão fabricadas apenas em tiragens limitadas.
Para 2005, a Swissmint já tem novas idéias de relevos para as moedas: a montanha “Jungfrau” no cantão de Berna e famosa ponte de madeira “Kapelbrücke” em Lucerna.
“Desde a introdução do Euro, as moedas comemorativas suíças passaram a ser muito procuradas. Como o marco alemão e o franco francês desapareceram, o franco suíço transformou-se numa espécie de exceção dentro da Europa”, afirma Beck, chefe do “World Money Fair”.
Ao mesmo tempo que apresenta as duas novas moedas, a Swissmint irá exibir na Basiléia a nova moeda comemorativa dos 100 anos da Federação Internacional do Futebol (FIFA). Joseph Blatter, o presidente da FIFA e o ex-jogador alemão Franz Beckenbauer irão abrir a feira oficialmente. Desde 1932 a sede da FIFA está em Zurique, na Suíça.
swissinfo, Alexander Künzle
traduzido por Alexander Thoele
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