Rede francesa relança debate sobre preço do livro

Loja de Genebra é primeira de uma série na Suíça Keystone

A rede FNAC abre sua primeira loja na Suíça, em Genebra, início de sua fase de expansão no país. Os livreiros suíços temem um dumping nos preços. As edições francesas são de 15 a 35 p/cento mais caras na Suíça devido a taxa de importação.

Os suíços são grandes leitores mas os livros são caros e o mercado tem suas particularidades: de 80 a 90 p/cento dos livros são importados e os autores nacionais representam apenas 10 a 20 p/cento do mercado.

Além disso, as livrarias não podem comprar diretamente das editoras estrangeiras e devem negociar com os representantes na Suíça e a passagem pelos intermediários encarece o produto. Até agora os livreiros suíços reclamavam mas se submetiam a essas condições.

A chegada ao mercado suíço da rede francesa Fnac, que abre sua primeira loja sexta-feira em Genebra, relança a discussão. Com seus grandes estoques de livros, discos e equipamentos de informática, o novo concorrente é temido pelas livrarias suíças.

“Nenhuma lei proibe a Fnac de importar diretamente da França”, afirma o diretor da Payot, uma das maiores redes suíças de livrarias. “O problema é que somos obrigados por lei a passar pelos intermediários”, acrescenta.

Iniciamente, a Fnac garante que vai respeitar as mesmas regras de importação através dos representantes na Suíça, mas só “enquanto os representates permitirem manter nossa política de preços”, adverte a direção da rede francesa.

As pequenas livrarias são ainda mais debilitadas pela concorrência e reinvindicam a adoção de um preço único por categoria de livro. Alegam que isso permitiria ao consumidor optar pela qualidade do serviço prestado e não do preço do livro. Outros países europeus também discutem essa hipótese.

A Fnac abre sua primeira loja em Genebra mas já um plano de expansão previsto com uma segunda loja em Genebra e outras em Lausanne, Basiléia, Berna Zurique e Lugano.

swissinfo com agências.