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Salão do Móvel faz meio século com presença de suíços

Cenografia, do ateliê Oi swissinfo.ch

O Salão Internacional do Móvel, em Milão, completa meio século de existência em boa forma. O principal evento, na feira de Rho, atraiu milhares de visitantes, entre compradores, jornalistas e arquitetos. E todos puderam ver o que a Suíça tinha para apresentar.

Os designers do país não decepcionam quando o tema é criatividade, funcionalidade, beleza estética. O “made in Swiss” acompanha o consumidor em todas as horas, das reuniões de negócios ao momento de dormir.

Das mesas em madeira de lei  tratada com alta tecnologia aos colchões e estrados realizados com processo industrial sustentável;  técnicas tradicionais aliadas às inovações e integração de materiais naturais  como a lã, o látex e a madeira. As empresas Mobimex AG,  Trinatura e Hüsler Nest são alguns exemplos da qualidade suíça apresentada no salão de Milão, este ano.

Mas existem outras ilhas de excelência da Suíça que desafiam os concorrentes, principalmente os anfitriões do salão, os italianos, líderes do setor. A FormFarm trouxe um escritório completo com peças produzidas para criar um ambiente saudável entre as diferentes funções de trabalho, de forma cômoda e ergométrica, com ajustes elétricos embutidos para a regulagem das alturas da cadeira, por exemplo.

Já a Team by Wellis, de Lucerna, lança uma linha luxuosa de sofás e poltronas, combinando as estofas com lã e couro, além de acabamento esportivo para algumas peças, que giram sobre si e criam novas formas. Luxo, elegância, conforto e versatilidade são  marcas da casa.

Luzes

 E sobre a mesa de estar ou na estante baixa, uma das opções para iluminar um ambiente é a lâmpada Tucano. A empresa Aladim, de Nyon, trouxe um abajur inspirado na simpática ave. O bico colorido fica por conta dos leds que mudam de cor. No mais, a face e o corpo da lâmpada podem ser brancas, cinzas ou escuras em fibras de carbono, ou seja, resistentes e leves. 

Tem também a Shark, que lembra a barbatana do tubarão, com duas fontes de luz, uma branca e outra colorida, inseridas num corpo criado com uma trama especial de fibra de carbono e metais preciosos. Todas elas funcionam com controle remoto. Já a iluminação de pavimentos como o do jardim fica por conta das pirâmides de vidro, viradas ao contrário e encastradas no chão. O efeito visual encanta o visitante hipnotizado pela ilusão de ótica provocada pela tridimensionalidade que, a bem da verdade, não existe. 

VIrtual

 Os suíços também pensaram bem em criar uma rede de contados entre os usuários e os fabricantes do setor moveleiro e de luminária.  O objetivo é manter as informações dos produtos atualizadas. O site é mantido pelos empresários do setor, mas ele não é um anúncio virtual de publicidade e sim um catálogo virtual, um banco de dados interativo. 

O programa funciona como um prestador de serviços e catalisador de uniões entre a demanda e a oferta. “ Um arquiteto que procura um determinado produto encontra informações sobre ele no nosso site. Por exemplo, pode combinar palavras como “mesa”, “madeira”  e as opções e alternativas aparecem  r na tela, com os contatos para rastrear a peça. Nós pesquisamos sempre o que está acontecendo”, explica à swissinfo.ch Carmelo Buffoli, diretor da Architonic, seção Itália. 

Na realidade virtual trazendo resultados concretos está a Relux. A empresa suíça criou um simulador de iluminação. Através de imagens, o cliente pode mergulhar num mundo de luz e sombras de qualquer ambiente. A informação sobre o grau de luminosidade deste dos espaços é útil no momento do projeto. 

Futuro e passado

Na rede virtual, os nomes do passado se cruzam com os do presente. Mas, vai levar algum tempo para a dupla Cosentino & Spanio, de Liebefeld, Francis Chabloz, de Lausanne, Nicola Stäubli, de Berna, o estúdio ACE de Camille Blin, Emmanuel Mbessé e Arnault Weber- recém diplomados na ECAL-   são alguns nomes presentes no Salão Satélite.

Este anexo do Salão do Móvel reúne a geração do futuro. Escolhidos por uma seleção rigorosa, representantes de mais de 20 países expõem protótipos na esperança de serem notados por empresários e industriais. Buscando entrar nomercado estão as principais escolas de desenho industrial da Suíça. Tanto a ECAL de Lausanne como a Haute Ecole D’Art Et De Design, de Genebra, estabelecem parcerias com a Alessi, italiana, e a Melissa, brasileira, respectivamente. Visionárias, estas duas instituições servem de trampolim  para os estudantes.

Jovens e dinâmicos, os alunos se confrontam com o mundo do trabalho. As pranchetas universitárias procuram sinergias entre os criadores e os produtores. Com a Alessi, os alunos da ECAL desenvolveram uma linha de objetos de escritório. Já as estudantes da HEAD, Julie Simon, Marine Stamppfli e Morgane Ribeyrolles,  criaram uma série de sandálias de plástico que já estão em produção. Todos estão de olho no sucesso profissional. Uma estrada sempre árdua na qual as boas ideias  e a viabilidade de execução devem  estar reunidas.

O renomado estúdio OI, fundado em 1991, em La Neuveville, continua a surpreender criando instalações e objetos voltados ao mercado. As lâmpadas bailarinas, montadas no Instituto Suíço de Cultura de Milão,  serviram de moldura para a exibição de trabalhos de estudantes do curso de Master da ECAL, em parceria com a companhia EWO. A Suíça também serve de base para designers estrangeiros redescobrirem os próprios  países. O italiano Fabio Don, de Udine, é pesquisador na Politécnica Federal de Zurique, o ETH.  “De longe,  passei a ver as próprias origens com outros olhos e dar o devido valor”, diz Fabio Don à swissinfo.ch. E o que era dado por descontado e até perdido, ganhou valor afetivo e arqueológico.  

Junto com outros designers, ele criou um trabalho de recuperação da cadeira de Chiavari, famosa mais de 200 anos atrás pela maestria de como se tratava a madeira e de como a estrutura era empalhada. A ideia é resgatar o passado pensando no futuro. Um jeito muito suíço de preservar a tradição sem abrir mão da inovação.

O Salão Internacional do Móvel é a principal feira do setor.

O evento contou com a presença de 321.320 visitantes, dos quais 282.483 operadores do setor. 63% dos visitantes eram estrangeiros.

O Salão do Móvel foi uma torre de Babel,com participantes de 150 países.

As lâmpada Led ganham cada vez mais espaço.

As cores das luminações são, principalmente, amarela e branca.

Os materiais são mais duráveis e mais acessíveis. Um produto de design começa a ganhar popularidade graças aos preços para todos os bolsos.

A contaminação de estilos e materiais, em harmonia entre si, faz tendência.

Os eventos paralelos nas zonas Tortona e Lambrate atraíram cerca de mil jornalistas, o dobro do ano passado e 50 mil visitantes, contra 30 mil da edição passada.

O site suíço Architonic recebe anualmente cerca de 12 milhões de consultas.

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